Uma árvore morre de pé.
E estas foram as palavras de mais um dia de 2019.
Palavras ditas por aquele em quem mais confiei na minha vida, com transparência a mais, criticada, talvez pela relação definida pela sociedade e pelo nome que é dado a um laço de sangue.
Uma árvore, poderá ser também o símbolo da vida.
Venha tempestade, venha chuva, frio, geada, cuidamos, e sendo alimentada pelo básico que a natureza oferece, mesmo morrendo, morre de pé.
Viver, é saber morrer de pé e especialmente depois de uma grande idade, sem que nos cortem as raízes por outras necessidades que não as nossas, aquelas que acreditamos.
Viver, é saber por antecipação que vem tempestade, e procurarmos a manta, procurarmos a lareira, procurarmos aquilo que nos faça, mesmo assim sentir e estar bem, determinado, e pensar que não vai ser aquela invasão, não vai ser aquele evento que não prevíamos que nos vai abalar.
Porque, com tanta vida que a árvore deu, com tantos dias de sol, com tanta chuva e com tantos frutos que deu, só se lhe cortarem as raízes é que eventualmente morrerá.
Porque, uma árvore morre sempre de pé.
E lamento, mas ainda não é a altura de tu, árvore de gerações e com um legado incrível, quer material, quer pessoal, cair.
E está num pomar, com terra, sol, e vai sempre levar com a companhia dos fiéis guardas de pelo beje, quentes e cheiro a amêndoa.