E quiseram ensinar o amor
E porque as mulheres têm que ser obrigatoriamente mais altruístas que os homens, porque por biologia dão o seu corpo para a vida de outro ser.
E porque as mulheres, de acordo com a biologia evolutiva são propriedade do homem, porque a forma do pénis, em cogumelo, determina a limpeza do esperma da anterior relação, garantindo que aquele espaço apenas por ele é ocupado.
E porque as mulheres têm que se sentir protegidas pelo homem, e porque as mulheres procuram o Porto de estabilidade no homem.
As relações humanas nos dias de hoje para serem plenas conjugam a estabilidade e segurança, o dito território, com autonomia e liberdade. E este é o balanço essencial para que as mesmas possam funcionar.
Por vezes asfixiamos, porque entendemos precisar de companhia mas, quando aprendemos a nos saber acompanhar, não entendemos o porquê da relação existir. E, se da mesma nada resultar, e aqui apenas e somente me refiro a descendência, como garantir essa âncora?
Fui forçada a ser adepta da liberdade, fui forçada a ser adepta da autonomia.
E sair desta redoma, decidir sair desta redoma, é uma decisão arriscada.
Porque quiseram ensinar o amor. E desta vez foi um pagar para ver.
De mãos bem arragadas e prontas para o embate.
E quiseram ensinar o amor, num filme que recentemente vi, interstellar, onde toda e qualquer conexão emocional entre pessoas cuja ligação emocional é forte, parece acontecer.
Quiseram mostrar amor, com esperança e cobardia com mentira, sem valentia, com falha, com falta de honestidade.
Interstellar que refere e bem que, para as relações resultarem talvez a honestidade tenha que estar nos 90%, porque para seres humanos e efectivamente emocionais, seja a forma mais homogénea de manter a estabilidade emocional.
E talvez a não transparência total, como em newness, o testar a relação, por desafios a colocar na mesma, pela ausência, pelo não controlo, efectivamente alimente.
E quiseram ensinar o amor. Quis aprender. E vem a angústia. E depois, em busca da paz, o total desapego, e despreocupação.
E somos todos seres humanos que, por compaixão de um olho brilhante damos um aconchego.
E somos todos seres frios, fechados.
Prefiro ficar com as borboletas.
Prefiro ficar com o mar.
Quiseram ensinar o amor material.
Também já não quero comprar amor.
O amor já está todo vendido.
E nunca é suficiente. Nunca.