A vida a brincar com os meus sentimentos
Era muito céptica em relação a essa onda espriritual positiva, que defende que pensando em coisas positivas elas acabam por acontecer.
Era muito céptica sobre a verbalização dos meus sentimentos e que, alguém faria com que houvesse de alguma forma um alinhamento.
E, de forma engraçada hoje aconteceu.
Eu, que mais uma vez, dedico a minha a vida a poder controlar todas as variáveis que posso dominar.
Eu sei que podemos ir pela lógica matemática de saber que, as rotinas e os hábitos das pessoas, enquadrados numa determinada comunidade faz com que eventualmente os caminhos se cruzem.
A vida hoje brincou com os meus sentimentos e emoções.
Brincou porque, alguém com quem estive e que pertenceu a um passado já bem longe, e que está na minha redondeza almoçou comigo.
E deste almoço, o que pude recolher é que tudo muda, e nós vamos ao sabor da vida.
Reconfortou, por saber que fiz parte e que, mesmo passado tantos anos, ainda continuo a fazer.
E supostamente, pelas regras da sociedade, não deveria ter tido este almoço.
Porque foi abrir uma porta, que há muito tinha sido fechada.
E, na altura quando eu a fechei, fiquei com a sensação que tinha falhado, que era um erro.
E hoje, percebi que não. Percebi que não era de todo para acontecer, e que efectivamente o caminho que fazemos é mesmo única e simplesmente delineado por nós.
Pode ter uma pitada da nossa adolescência, da nossa juventudo, que devemos ignorar, porque já não se enquadra nos dias de hoje.
A vida, hoje brincou com as minhas emoções.
E não foi planeado, nem pensado, nem sequer colocado em hipótese.
Qual a razão lógica, para eventuais desafios emocionais nos serem colocados na altura em que talvez mais precisemos deles?
Foi voltar a recordar, foi voltar a reviver, e que mágoa tão grande pelo inconcreto e ser apenas uma recordação.
E o mais curioso, é que poderia ser eventualmente premeditado.
O Universo quer, e só temos é que aceitar.
O que eu queria, e tive mas com maior esforço, era um reconforto espitirual, para o meu corpo e mente.
O que o Universo me deu, foi tormento e por-me o corpo a tremer, para eventualmente ter uma necessidade ainda maior de relaxar.
Quando queremos fechar, e seguir em frente, livres de espírito, voltamos a ficar agarrados.
Quando nos abrigamos nos outros, para justificar aquilo que sentimos, estamos a procurar controlar efectivamente alguma coisa que nos move cá dentro.
Porque temos medo de sair da nossa zona de conforto, e arriscar.
Quando, não podemos ser vistos com alguém, por aquilo que as outras pessoas possam pensar, não estamos em primeira instância a ser honestos com o nosso eu.
Estamos a argumentar essa preocupação porque, na realidade, a intenção e o que nos move vai contra a vida que construimos e os compromissos assumidos.
E, não retiro qualquer validade a esses compromissos, nem valor, não sou eu que os julgo porque desconheço a intensidade dos mesmos, porque o tempo desses sim posso julgar.
Dificil, aceitar que os caminhos são diferentes, quando vemos e nos apercebemos que, na realidade a vontade e a curiosidade ainda existem.
Aqui, a lógica é efectivamente a regra imposta pela sociedade, pelas inseguranças de cada um, que se sobrepõe a tudo o resto.
Aquilo que somos suposto ser, numa determinada idade, que somos suposto ter numa determinada fase da nossa vida, quando comparável com as pessoas da nossa geração.
É verdade que estamos integrados numa socidedade mas, sou da opinião que não devemos deixar que esta molde e tolde a nossa caminhada.
Porque ora nos podemos ancorar na geração, ora nos podemos ancorar nas pessoas com quem trabalhamos, independentemente da idade, e do que já alcançaram.
E hoje, o que vivi, foi a prova disso.
Os caminhos voltaram a cruzar-se, e para mim foi dificil respeitar qualquer regra, qualquer vontade.
Mas, acima de tudo respeitei. Não a mim, mas o Universo.
Fui em busca de paz, e veio o tormento.
Voltámos aos corações gigantes, que se abrem a quem eventualmente, não os quer ver.
Volta a fechar.