Amor. Vida. Ego.
Sentirmos que somos importantes. Para quem, quando, porquê?
Encontrar a paz que tanto queremos, o conforto que tanto buscamos.
Saber lidar com a solidão, e nela buscar as recordações, memórias de tempos que terminaram, de projectos que infelizmente não tiveram continuidade.
Por tamanha amargura que a vida nos possa, constantemente trazer, os ciclos repetem-se. Buscar nas pequenas coisas que a vida tem, prazer. Coisas muito pequenas, sem grande intensidade.
Sim, continuo a não encontrar o conforto, ou então, quando o encontro, não entendo, não tenho a segurança que aquele que me foi dado recentemente, queira dar continuidade.
Tento, a todo o custo perceber o que é o amor, e apenas dar àqueles que continuamente podem acreditar em mim.
Recordo, de coração cheio bons momentos, partilhados na sua grande maioria, com amigos e familia, quer sejam amigos que surgiram pela vida profissional e assim foram ficando.
Tempos estranhos, onde me recuso a viver sem um companheirismo.
A saída de um país que tanto me deu, mas que também tanto me tirou, desta vez foi mais pesada.
Pelos que deixei,mas principalmente por aqueles que visitei e deixei.
Tempos de confinamento, onde perdemos bastante no que a auto estima respeita, porque estando isolados, não temos aquele olhar que nos aquece, não temos aquela voz que nos acompanha.
Ora gerimos egos, ora então, simplesmente expomo-nos emocionalmente.
Encararmos a injustiça como o prato do dia, a distancia como relativa.
Pelo egoísmo que nos caracteriza a todos e cada um de nós, e com medo de criar uma dependência emocional, distanciamo-nos, dizendo que se trata do nosso espaço e que também o é.
Mas, no meu caso, ainda haverá espaço para mais alguém. Mas o espaço fica cada vez mais pequeno, ora porque ficamos mais descrentes, ou então podemos dizer mais exigentes.
Depende da força e do otimismo que carregamos naquele momento.
E avaliamos, estatutos, propriedades, parte material, colocando em segunda parte princípios, valores, que são a base de qualquer relação pessoal.
Encontro-me perdida nestas três palavras. Sem perceber.
Procuro, na minha pequenez, dar-me algum valor, e reconfortar-me certa que melhores dias virão.
Procuro o não desafio. Mas é impossível.
Procuro o meu ego. Está fraco, neste momento. Rosa com mais espinhos do que pétalas.