Tem tudo a ver com pessoas.
Sim, andamos todos amargurados ou a grande maioria por vezes amargurados com a nossa vida, com o peão que representamos numa visão maior, quando nos comparamos com pessoas da nossa geração, com o que conquistaram por quererem, ou porque foram influenciados por aqueles que nos rodeiam.
Mas, efectivamente tem tudo a ver com as pessoas, e as mesmas compreenderem com o tempo que as decisões que tomamos, podendo parecer precipitadas, foram aquelas que consideramos fazer sentido tendo em consideração as variáveis que para mim se apresentam como sendo as mais importantes: tempo, bem estar e prioridades.
Quando falo do tempo, falo da idade que assumimos ter, pelo seu número e nada mais. Pelo espírito que forçosamente temos que manter, sem ter receio do novo, e do estranho. Não o digo de forma absoluta, mas sim procurando absorver o máximo do novo possível, sempre consciente de eventuais riscos, que podem ou não acontecer. Afinal de contas, e por mais informados que estejamos, muito pouco é controlável.
E, não me despedi de muitas pessoas que foram e são importantes na minha vida, por me sentir amargurada, ou eventualmente esquecida, não me despedi apenas pelo peso e significado que têm e tiveram em determinada etapa da minha vida, pelo projeto partilhado, que deixou de fazer sentido, pelos momentos partilhados, e que não se repetiram.
Apenas por isso não me despedi, porque estão e vão estar sempre comigo, segura que de tempos a tempos os voltarei a ver.
Saí, pela oportunidade dada por outras pessoas, por um novo mundo, por um sonho há muito idealizado e sempre diferido, por influências, por fases de vida, por outros compromissos outrora assumidos, e que terminaram.
E não tem a ver com ser ou não altruista, porque também aprendi que, o altruismo que damos a alguém não é racionalmente decidido, é um fenómeno que não é em nada planificavel.
E, sim pelos dias que tenho vivido, numa realidade completamente diferente daquela que tenho presente e constante para grande parte da minha vida, as pessoas e a forma como nos acompanham, quer presencialmente, quer não, ou simplesmente pela curiosidade ou lembrança que possam ter da minha pessoa, é o que realmente importa.
A uma grande distância, poder considerar pessoas de países vizinhos aquele em que me encontro como sendo pessoas "normais", pode ser difícil de absorver mas, é efectivamente uma questão de ajuste, com calma, tal e qual como um ser novo que vem ao mundo.
E que tão bem sabe fazer esse processo novamente, acreditando que o caminho eventualmente irá levar a um resultado diferente,
E, apesar de referir como sendo uma incompanhia, o que é certo é que, pelo cenário, consigo ser capaz de me fazer sentir acompanhada mesmo que por pessoas diferentes, e mesmo sozinha, sentir que posso de quando em vez ser acompanhada.
Numa cidade, quente, com contrastes de excentricidade misturados com a misticidade da cultura arábica, muitas supresas estão a ser absorvidas e até agora bastante positivas.
E, forçosamente irei fazer para que assim continuem.
Os hábitos são idênticos, caminhar na rua, comer um gelado, ir jantar fora. E os problemas também idênticos.
As noites são quentes e algarvias, e as ruas cheiram a perfumes intensos e fortes, brindados com especiarias.
Mas, as pessoas têm sido diferentes, e tão bom que é apercebermo-nos que ainda existem pessoas, amizades, relações que são boas de construir,