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Incompanhia

A companhia dos (in’s) INcerto INcoerente INconstante

Incompanhia

A companhia dos (in’s) INcerto INcoerente INconstante

Tem tudo a ver com pessoas.

28.06.19 | Delcy Reis

Sim, andamos todos amargurados ou a grande maioria por vezes amargurados com a nossa vida, com o peão que representamos numa visão maior, quando nos comparamos com pessoas da nossa geração, com o que conquistaram por quererem, ou porque foram influenciados por aqueles que nos rodeiam.

Mas, efectivamente tem tudo a ver com as pessoas, e as mesmas compreenderem com o tempo que as decisões que tomamos, podendo parecer precipitadas, foram aquelas que consideramos fazer sentido tendo em consideração as variáveis que para mim se apresentam como sendo as mais importantes: tempo, bem estar e prioridades.

Quando falo do tempo, falo da idade que assumimos ter, pelo seu número e nada mais. Pelo espírito que forçosamente temos que manter, sem ter receio do novo, e do estranho. Não o digo de forma absoluta, mas sim procurando absorver o máximo do novo possível, sempre consciente de eventuais riscos, que podem ou não acontecer. Afinal de contas, e por mais informados que estejamos, muito pouco é controlável.

E, não me despedi de muitas pessoas que foram e são importantes na minha vida, por me sentir amargurada, ou eventualmente esquecida, não me despedi apenas pelo peso e significado que têm e tiveram em determinada etapa da minha vida, pelo projeto partilhado, que deixou de fazer sentido, pelos momentos partilhados, e que não se repetiram.

Apenas por isso não me despedi, porque estão e vão estar sempre comigo, segura que de tempos a tempos os voltarei a ver.

Saí, pela oportunidade dada por outras pessoas, por um novo mundo, por um sonho há muito idealizado e sempre diferido, por influências, por fases de vida, por outros compromissos outrora assumidos, e que terminaram.

E não tem a ver com ser ou não altruista, porque também aprendi que, o altruismo que damos a alguém não é racionalmente decidido, é um fenómeno que não é em nada planificavel. 

E, sim pelos dias que tenho vivido, numa realidade completamente diferente daquela que tenho presente e constante para grande parte da minha vida, as pessoas e a forma como nos acompanham, quer presencialmente, quer não, ou simplesmente pela curiosidade ou lembrança que possam ter da minha pessoa, é o que realmente importa.

A uma grande distância, poder considerar pessoas de países vizinhos aquele em que me encontro como sendo  pessoas "normais", pode ser difícil de absorver mas, é efectivamente uma questão de ajuste, com calma, tal e qual como um ser novo que vem ao mundo.

E que tão bem sabe fazer esse processo novamente, acreditando que o caminho eventualmente irá levar a um resultado diferente,

E, apesar de referir como sendo uma incompanhia, o que é certo é que, pelo cenário, consigo ser capaz de me fazer sentir acompanhada mesmo que por pessoas diferentes, e mesmo sozinha, sentir que posso de quando em vez ser acompanhada.

Numa cidade, quente, com contrastes de excentricidade misturados com a misticidade da cultura arábica, muitas supresas estão a ser absorvidas e até agora bastante positivas.

E, forçosamente irei fazer para que assim continuem.

Os hábitos são idênticos, caminhar na rua, comer um gelado, ir jantar fora. E os problemas também idênticos.

As noites são quentes e algarvias, e as ruas cheiram a perfumes intensos e fortes, brindados com especiarias.

Mas, as pessoas têm sido diferentes, e tão bom que é apercebermo-nos que ainda existem pessoas, amizades, relações que são boas de construir, 

 

 

Jebel Jais

10.06.19 | Delcy Reis

Voltei a encontrar-me num sítio simplesmente encantador.

E com a oportunidade, que agradeço de ter conhecido alguém, uma pessoa incrível que pelo enquadramento dado, me proporcionou junto com os seus, uma viagem, pelas montanhas árabes do Dubai.

Dubai, terra que imaginava inóspita, e que apenas descrevia pela cidade sobreposta no deserto e que descubro ser tão diversificada.

Aqui o deserto e areia também tem cores diferentes, pousadas pelo vento, e para nós que aceitamos na nossa cultura, ter uma casa no meio do Alentejo, para eles será aceitável ter a mesma casa, para repouso no meio do deserto, onde contemplam a sua infinitude, e se deliciam com o vento, a soprar uma brisa leve e quente na areia, de tons dourados.

Saímos da cidade, em direcção a Norte, perto de Oman, depois de duas horas de trânsito, passando pela rua onde, em Sharjaj se vendem móveis, também da Estónia ( se bem que nada de distintos dos típicos e comuns móveis europeus).

Também eles têm a zona balnear onde passam os fins de semana, também eles têm pequenas vilas que sobrevivem do ski feito nas dunas, e de outras atividades turísticas que apenas sobrevivem ao calor, e são realizáveis, no final do dia, pela noite, em noites quentes e arábicas.

O percurso todo ele plano, explorando apenas o deserto e da minha parte imaginando então os típicos barbecues que fazem no deserto, olhando para o mesmo, onde vejo como sendo normal camelos, e das Lamas que me cuspiram no Chile. Veio outra vez aquela maravilhosa sensação de viajar.

Uma viagem única pela companhia, pela paisagem, pelas músicas, pelo cheiro a deserto, onde predomina o cheiro a erva seca.

Uma cordilheira de montanhas que simboliza, coincidentemente a montanha da mulher, onde a temperatura é  mais aceitável do que na base. As linhas que percorrem a montanha, as músicas que põem nos churrascos, e a companhia de uma cabra, fanática por cupcakes, e cenouras, deliciaram aquele final de tarde.

Deliciem-se com a imagem e que a mesma vos inspire a comentar, aquela que julgo ser também uma paisagem única, 

 

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