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Incompanhia

A companhia dos (in’s) INcerto INcoerente INconstante

Incompanhia

A companhia dos (in’s) INcerto INcoerente INconstante

(DES)espero

28.04.19 | Delcy Reis

Palavra que, das mais diferentes formas tem vindo a surgir na minha vida.

Ora por amigos que me surgem de forma desesperada, e desbalanceada de emoções, pela instabilidade de vida que hoje em dia é entendida como sendo normal, ora por mim própria, por de forma regular sentir que quem controla e leva o meu tempo, não sou eu, em todas as esferas da minha vida.

E que gestão é necessariamente preciso de ser feita para poder e saber esperar.

E, por isso mesmo, procurei explorar a palavra, o ponto rebuçado a que todos já chegamos quando sentimos que flutuamos em demasia, quando sentimos que a exposição a que nos sujeitaram é demasiada e excessiva, para a qual afirmamos " já não ter idade, já não ter paciência" sem sabermos muito bem o que é que isso, na prática significa. Apenas sabemos que não gostamos, agora porque é que não gostamos, terá que ver então com os valores, com o respeito ao qual nos damos.

E cada vez mais vou desistindo de esperar, vou abrançando a palavra desespero da mesma forma que me ensinaram a abraçar a palavra preocupação.

E cada vez mais vou retirando qualquer tempero a tudo o que me rodeia e pode eventualmente preencher.

Sem perceber o sentido ou emoção que lhe é associada, sabendo que implica sempre uma lágrima,  e um degrau que não se sobe mais, por simplesmente optarmos por não esperar mais.

E aqui, não falemos de auto conhecimento, não falemos de gestão emocional, falemos apenas, daquela palavra que nos dias de hoje é tão banalizada, e também relativizada, o compromisso.

 

 

Bel AMI

28.04.19 | Delcy Reis

Filme de 2012, representado por Robert Pattinson, onde um jovem, cujas origens são mais modestas, procura integrar-se e fazer parte da alta sociedade francesa, de diferentes formas: primeiro procurando privilegiar o trabalho que realiza, e as competências e capaciades para o mesmo, e pposteriormente procurando fazer parte do meio envolvente, quer pela cedência do seu corpo, como forma de obtenção e concessão de prazer, a diversas mulheres, intituladas por si próprias como não sendo livres, e subjugadas ao esquecimento, ou então holograma. Uma Thurman, representa também aqui um papel marcante, mulher envolvida e apaixonada pelo trabalho que desenvolve, que se revela como sendo livre, e incapaz de aceitar o machismo/ autoritarismo do parceiro como forma de vida. Por defeito, para este tipo de mulheres entende-se que as mesmas são frias, estratégicas e sem qualquer elo emocional que as possa relacionar com homens coerentes e que continuamente apoiam e estão presentes na sua vida. Um dos momentos que mais me marcou neste filme foi o facto de, perante o funeral de um ente querido da mesma, o recente marido apenas procurar pensar de forma estratégica: o seu posicionamento na sociedade e exposição, assim como a componente material que aquele evento representaria para ele, procurando de certa forma influenciar em função do seu interesse próprio a parceira a passar a respetiva herança, pela exposição a que seria alvo na sociedade, por não ser entendido como " normal", que recebesse um montante tão avultado de valor da parte de um homem que afetivamente poderia representar o Pai e Amigo que sempre precisou que a acompanhasse. Esforço contínuo de George, por querer ser algo mais que o Bele Ami, da alta sociedade francesa, onde a exposição e toda a gestão emocional feita com as grandes patentes da sociedade, leva a que conquiste o objetivo a que inicialmente se propôs. Vantagens existem as de, na altura, ser suposto existir um bom casamento, onde o facto de a mulher ter perdido a sua virgindade seria por si só suficiente para que o pai a visse como tendo que ser obrigatoriamente noiva de tal parente. Hoje, a falta de proteccionismo a que nos sujeitamos, a vontade que procuramos ter de controlar tudo o que nos rodeia, leva a que continuamente nos sintamos unica e simplesmente peões de uma sociedade onde, apenas a felicidade, independência e bem-estar são considerados como pilares importantes. O respeito, a honestidade são cada vez mais colocados em segundo plano, ou misturados com outros conceitos. Relações.

MEMO.

21.04.19 | Delcy Reis

E foi este o sítio que escolhi, para contemplar o Príncipe, que julgava Real.

E para, introduzir um pouco de realidade, um pato asiático,  e um chocolate de São Tomé, que tão boas recordações do mundo me trouxeram.

Também na véspera de um evento menos feliz no Sri Lanka, geografia que curiosamente gostava de visitar, também num MEMO.

O desespero que naturalmente levará alguém a conseguir ter uma atitude tão terrível, retirando a vida de tantos inocentes, por uma crença, por um egoísmo atroz.

Mas, e correndo o risco naquilo que eventualmente escrevo, o egoísmo é algo que me persegue, assim como o desperdício do tempo, esperando, por algo que acredito que cada vez mais não vá acontecer.

E as forças são cada vez menores.

E cada vez mais aceito que sou portuguesa, latina, e a nossa cultura. 

Forçosamente.

Vamos seleccionando sempre aqueles que queremos que nos influenciem, e esse risco de selecção, essa clara aposta e crença, deixa-nos sem chão, quando vemos que não perdurou.

Apesar de conhecer os passos pequeninos que damos e temos sempre que dar em capítulos novos na nossa vida, o balancear entre o que temos, e o tempo que temos é talvez das tarefas mais difíceis da vida.

Todos temos opiniões, em função das experiências que vamos vivendo, e os receios nascem em função da informação que optamos ouvir, sentindo como uma ameaça.

Conheço que a vida é uma constante de esperança, expectativas, depende de quem fôr o público alvo do corrente texto.

Para mim, trata-se mesmo de expectativa, de procurar acreditar.

E a coincidência de eventos é feliz, por estarmos na Páscoa, que representa o resurrectio, o novo erguer,  o renascer, após sofrimento causado pela humanidade.

Acreditemos nesta ressureição, que somos todos portugueses, e orgulhosos do país que representamos.

Agarremo-nos àqueles que nos querem bem e felizes, e continuemos a aceitar o protelar de encontros, os descruzamentos, por falta de planeamento, entendendo também isso como sendo  normal.

Relativizemos tudo, e continuemos a flutuar, mas desta vez como uma crença intangível.