(In)Genuidade
Curiosa a palavra sobre a qual vos escrevo hoje. Alicercada também à genuinidade à qual me procuro associar.
Sendo esta a companhia, que ainda não teve a oportunidade de largar os In's, acrescento mais um, pelas reflexões de vida recentes.
Entendo, que o ser ingénuo, mesmo num mundo mais maduro, nada tem de errado. Pela forma simples com que podemos eventualmente encarar o nosso dia a dia. E uma vez mais, assumirmos, de forma consciente que pouca coisa conseguimos eventualmente controlar.
Mas hoje, a mesma, é facilmente corrompida, pelo tempo em que recebemos a informação que nos é importante receber. E deixamos esta de parte, "aprendemos" da forma mais difícil, que de simples a vida não tem nada. Cada vez se torna mais e mais complexa. Cada vez nos força a não sermos puros, cada vez nos força mais a não acreditarmos, e novamente reduzirmo-nos ao dia. Um por um.
E hoje, os que são puros, os que se entregam de forma absoluta, a todo e qualquer compromisso, cada vez se entregam menos, cada vez acreditam menos, cada vez forçam menos.
E passamos, para a individualidade, que de pura nada tem. Apenas terá de paz de espírito, de protecção total e absoluta, para forçosamente o individuo se sentir bem. Não precisando de grande complexidade em redor, para tal acontecer.
Apenas o falar, desperta eventualmente emoções, fortes, e quando não existe esse falar, o compromisso como se esvaneia, se perde em fumo.
E falámos em gestão de relações e compromissos, e falamos em continuidade, e falamos em não exposição. E falamos uma vez mais em deixar o coração de parte, e caminhar, de acordo com os pequenos pontos que nos aparecem à frente, desligados de tudo.
Mas, se nos desligamos de tudo, valerá a pena estarmos de alguma forma ligados?
Como nos podemos afirmar genuinos, puros, pela constante impureza que nos rodeia.
Como nos podemos afirmar de ingénuos, comentendo esse erro, se de tanta complexidade somos rodeados, de tantos interesses individuais?
Chamemos antes, paixão, e vontade de querer continuar por cá, sem qualquer propósito a não ser mais o de ser feliz. E terá que, para já ser apenas à base de mim. Não chamemos egoísmo, chamemos antes a forma de conseguir SOBREviver.