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Incompanhia

A companhia dos (in’s) INcerto INcoerente INconstante

Incompanhia

A companhia dos (in’s) INcerto INcoerente INconstante

Tempo

29.12.18 | Delcy Reis

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Vivemos da gestão de duas variáveis que procuramos equilibrar: tempo e oportunidades.

Para todos nós, o tempo passa exatamente ao mesmo ritmo, podemos é percecioná-lo de forma distinta.

E, pelo simples facto de não estarmos numa fase igual a tantas outras pessoas da nossa geração, o facto de querermos que algo aconteça ao nosso ritmo, que pode ser mais acelerado, pode ser interpretado como um frustração, quando não é, é apenas disponibilidade a mais, ou energia a mais por desperdiçar. 

Julgo que grande parte de nós, nesta altura do ano, aproveita para romper com rancores anteriores, não apagando, mas deixando de sentir, mentiras, omissões, esquecimentos, falta de atenções, para acreditar que algo de diferente este novo ano irá trazer. 

Todos nós procuramos encontrar motivos, prioridades, desculpas para falharmos com alguém, não de forma premeditada, mas são razões que para nós, na nossa rotina, no nosso planeamento individual, fazem sentido, perdendo a consciência que, poderemos certamente perder uma oportunidade.

Todos nós, ao sermos individuais, ao nos guiarmos apenas pelo nosso plano, perdemos a habilidade de poder partilhar algo com alguém, e ficamos fechados no nosso conforto, na nossa pequena bolha.

As nossas desculpas, os nossos atrasos não, as nossas indecisões não irao fazer com que o tempo não passe. Apenas que a oportunidade seja perdida.

As nossas reclamações, decepções não farão com que aquele tempo seja eventualmente recuperado, ou mesmo arrependimento.

Para 2019, o esforço será o de dedicar o menor tempo possível a este tipo de emoções, também, porque o tempo passa de igual forma para todos nós. 

Para 2019, vou desejar também que o meu tempo seja igual ao de alguém, que sei que nunca o será. 

Mas, todos podemos sonhar,

 

 

Year End

28.12.18 | Delcy Reis

E terminamos o ano com dias de Sol.

E termino o ano com um balanço positivo no que às minhas escrituras diz respeito. Foram cerca de três mil as companhias certas que vos fui dando durante o ano de 2018, com dupla visualização, e que conquista tão boa, e tão satisfatória, de poder e ter conseguido chegar a vocês todos.

Procurando manter-me no "statuos quo", onde nesta altura do ano, fazemos o balanço do mesmo, aproveito este breve texto para vos agradecer a (IN) companhia que me foram trazendo, por saber que continuam desse lado.

Fico satisfeita que, pela exposição que tenho feito, tenha alcançado países tão longínquos e que espero em breve visitar.

Comecei este blog por adorar escrever, e por constatar que a vida é isso mesmo, e que as palavras são a única forma de conseguirmos chegar a alguém, de forma mais ou menos constante.

Constato que continuamos portugueses, porque a saudade foi algo que muitos gostaram de sentir que não seriam os únicos a tê-la.

Constato que, os sentimentos é algo que também valorizam, talvez por todos andarmos numa busca incessante pela felicidade, e porque nunca senti que a vida pudesse agitar os meus de forma tão inesperada. Espero que seja sempre curiosidade da vida, 

Prometo que 2019, será diferente, principalmente pelos conteúdos.

Espero continuar a ter a vossa (IN) companhia, por toda a volatididade, mas certa que me esforçarei para que me continuem a acompanhar em mais um ano!

Apesar de toda a incerteza, a coerência no contéudo irá existir.

 

 

Comparações sociais

25.12.18 | Delcy Reis

Não sei se já sentiram que, em diferentes ambientes, diferentes são as comparações às quais nos podemos eventualmente sujeitar.

Vivendo em sociedade, naturalmente que nos pretendem colocar em determinado grupo social, que é classificado como normal nos dias de hoje.

Mas, o meu caso neste momento é bastante específico, e denoto a simpatia e por vezes força a daqueles que me têm vindo a rodear para me poder sentir bem, em meios onde seria suposto a minha contribuição ter sido diferente.

Em termos emocionais, a altura do ano em que nos encontramos, é limitada à realidade que conhecemos. 

Tenho amigos em Pequim, que passam um Natal diferente, e aqui podemos criar concepções de Natal tão distintas.

Hoje, depois de uma consoada passada na tradição daqueles que têm enorme gosto em a repetir, constato os Natais da minha geração, e o fenómeno de partilha que as novas tecnologias permitem: mesas  com muito bom gosto em termos de decoração, fotografias familiares partilhadas nas redes sociais, sem qualquer receio da exposição que possam por ventura trazer, em termos de segurança para si e para os seus relativos.

Casais amigos, onde familiares se encontram espalhados por todo o globo terrestre, e que se ajustam a formas de celebrar esta época do ano, de forma diferente, mas com um factor em comum, que pelo menos foi o meu denominador comum, deste ano: querer estar com as pessoas, e recordar que foi um disparate, até em demasia.

Voltando às comparações, onde neste ano seria expectável, uma nova companhia, um novo membro de familia, a não compreensão da demora em que tal aconteça, deixando toda uma familia em suspense sobre a minha vida.

Toda a comparação que poderá ser feita por aquilo em que sou diferente, leva a que as pessoas limem as palavras, por uma questão de simpatia.

E, ora me comparam com crianças, pelo espírito jovial que possa ter, as enormes e profundas gargalhadas que gosto de dar, e que me alentam e reforçam, ou entao ate mesmo com a mãe Natal, pelos sussurros de Natal, e musicas cantadas com tamanha alegria. 

Sim a constante adaptação da nossa parte, a diferentes ambientes, pessoas e interacções, veste-nos de diferentes peles, de diferentes capas, onde no mesmo dia podemos ter interações bastante formais, a interacções mais relaxadas, e podendo chegar ao final do dia sem saber muito bem, quem na nossa génese somos. 

Todas as comparações, não me ofendem, toda e qualquer comparação, ou mesmo gargalhada. Simplesmente porque nao lhe dedico muito tempo, dedico tempo, sim a mim, e à aventura na qual me encontro, certa que foi encaixar na fatia da sociedade, que vai precisar do ingrediente que lhe vou trazer.

 

 

Doze Decisões

16.12.18 | Delcy Reis

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Recentemente, falaram-me que devia tomar decisões, tendo por base as emoções ou simplesmente a intuição. Prefiro a intuição.

Entendo o comentário, pelos breves momentos que me dei a conhecer, assim como o contexto, onde afirmei de forma muito segura, que esta variável não entrava para a tomada de decisão. 

E tendencialmente, não entra, de uma forma precipitada, pelo menos para temas cujo impacto é grande, para mim, no que à esfera pessoal respeita, e para outros, no que a outras esferas podemos enquadrar.

Procuro, dissociar estes dois mundos, por uma questão de balanceamento, e por uma questão de bem-estar. Partilho, com quem intuitivamente acredito que me venha a fazer bem, momentos muito privados, talvez por ser uma pessoa reservada, talvez por ter dificuldade em determinados momentos da minha vida, de simplesmente acreditar na humanidade, e no bom que a mesma poderá ter.

Este foi um ano, em que acreditei no Verão, e na mudança que o mesmo iria trazer, e por mais espiritual que possa ser, acima de tudo, por uma certeza muito minha, foi um Verão, como defino, meu e só meu. E que diferente foi, e também bom por isso mesmo.

Nesta mochila que, com o passar do tempo, maior se torna, o grande desafio é o desapego da mesma, e o aliviar da mesma, e não pelas tradicionais responsabilidades, mas sim, pelas experiências, relações, interações tidas cujas promessas se esvaneiam com o tempo, tornando-se apenas um sonho ou uma mera e breve recordação. E têm que o ser, para nos sentirmos bem, por ter passado, ou por não mais voltar. 

Como balanço lógico, este ano, foi um ano de muitas resoluções, de muitas mudanças, com perdas materiais e também relacionais, bastante profundas, por mudança de ecossistema. Disrupção total, por algo maior, a minha intuição.

Tive recentemente passagens de anos, sem nada querer acrescentar na minha vida, e não por um sentimento de realização, antes por um sentimento de falta de força, falta de desafio, que tanto gosto e tanto me faz muitas vezes de forma inconsciente, esquecer-me da mochila, e continuar a acreditar na energia que sinto ter.

E sim, todos nós tomamos pequenas decisões todos os dias, e às vezes com tamanha intensidade dos dias de hoje, ficamos cansados de mais decisões a tomar, e queremos deixar nas mãos de outra pessoa que as tome por nós. Podemos dar essa oportunidade, e vê-la como positiva e ajuda, ou tendencialmente como uma invasão do nosso espaço.

Dilema de bagagem, por perdas anteriores, ou por projecções futuras que, a nível pessoal e individual vou tendo, mas não em conjunto. Espero que para já.

E sim, por mais difíceis que possam ser para nós, tomamos, porque nos comprometemos com expectativas que criamos, por influências que vamos tendo naquele momento de cheiros, sol, chuva, frio, e principalmente das pessoas que nos rodeiam, na nossa bolha estável. A minha, neste momento, de estável nada tem.

E, por mais que queiramos ser autónomos, e independentes, somos sempre influenciados pelo que nos informámos e nos sujeitámos a experimentar, concluindo que gostámos, ou simplesmente porque nos queremos sentir acompanhados, ou porque queremos estar com alguém, ou simplesmente, porque ao sermos livres o podemos fazer, porque ainda temos tempo, e ainda acreditamos.

Este texto, será para os que ainda acreditam que, para o seu bem-estar é preciso algo mais, e não me refiro a um bem-estar individual que esse é cíclico, ora nos expomos, ora procuramos o nosso equilíbrio interior, quando exteriormente a conjuntura simplesmente não está favorável. 

E todos nós, corremos, apesar de não o querermos transmitir, todos nós temos ambição e vontade, todos nós que ainda não realizamos os sonhos a que nos propusemos, e os deixamos adormecidos, porque não era o momento, ou porque  observamos que em nosso redor, o constante protelar, só porque sim, seria o mais conveniente.

O ano de 2019, e a passagem para o mesmo, será o momento em que vou novamente trincar as doze passas, com toda a força e vontade, de abraçar este novo ano, com um compromisso forte, e seguro de cumprir com todos os doze desejos.

Sim, a vida deverá ser sempre feita de novos compromissos, aos quais nos propomos atingir, não protelando mais um ano, para que os mesmos aconteçam.

Aproveitem estes dias de hibernação, onde procuramos o hyggye, e um conforto que nos reconforte, de alguma forma, uma  almofada, um peluche, um cão, uma criança, para nos sentirmos acompanhados.

Que vos sirva de inspiração, para poderem, na incompanhia e inconstância da vida, conseguir que a mesma se torne constante, nas pequenas passas que comeram tão afincadamente.

 

França, Europa, Portugal tempos de mudança?

07.12.18 | Delcy Reis

Todos estamos a par dos recentes eventos ocorridos em França, onde um grupo de pessoas de nacionalidade francesa, procuraram mostrar o seu desagrado, de forma bastante mediática e extrema, por todos os danos causados materialmente numa das cidades mais imponentes da Europa, assim como alguma insegurança nos habitantes da mesma.

Sim é questionável o método usado, para o fim pretendido, contudo o facto de Macron ter cedido a esta posição manifestada de forma extremada, poderá eventualmente fazer-nos questionar os ideiais políticos daquele país que, pela sua posição foram em parte assegurados mas também a vertente de neo-liberalismo cada vez mais presente nos dias de hoje.

Toda a instabilidade que a nossa Europa tem vivido nos tempos mais recentes, sendo atual todos os gritos de mudança na Alemanha e Itália, assim como os regimes atualmente vigentes nos dois continentes que “mediamos” geograficamente, deixam em aberto os passos futuros que a nossa Europa poderá ter e qual o alinhamento previsto para o nosso país, em tempos tão atribulados, onde novas tendências, premeiam a criação de novas forças políticas, com ideiais bastante diferenciadores como o Aliança que, na minha opinião, mesmo podendo ganhar força, atualmente ainda representam uma minoria.

Aliada a toda esta mudança, o papel que as novas tecnologias poderão desempenhar, e o papel que o ser humano vem a desempenhar num futuro muito breve, são questões a refletir para um ano de 2019.

É preocupante, no caso de França, que se tenha deixado chegar uma minoria a um ponto de exaustão e destruição de monumentos emblemáticos da  cidade, para que o socialismo prevalece-se num país que se vincula como o sendo, tendo em consideração os três grandes pilares de "liberté, egalité et fraternité"

Que venha 2019.

 

 

Dias de familia

03.12.18 | Delcy Reis

É nesta altura do ano, que pela envolvência somos claramente influenciados pelo espírito natalício, pelo frio, a buscarmos aconchego, quer na manta, quer na família.

Foram dias de família, este ano que me reconfortaram. Dias de família, onde tios e tias,  pelos laços de sangue, e por se conhecerem há tantos e tantos anos, têm rotinas super engraçadas. 

E, neste grupo, cada um com a sua personalidade, contribui de uma forma muito engraçada para a força e motivação do grupo, e de algum dos indivíduos, que se sinta claramente. Quase sempre condicionado pelo grupo.

As influências no grupo mudam, as pessoas também, com o esforço de se adaptarem, de se procurarem sentir integradas.

Dias de família, que trazem sempre alguma memória,  das nossas origens, daquilo que também contribuiu para ser a pessoa que sou hoje, e também para todas as decisões que possa ter vindo a tomar.

Dias de família, onde a cultura de Portugal, foi gritante e evidenciada, com mesas de bom comer, e conversas de toda uma tarde.

Dias de família, onde as gargalhadas, apesar de serem conhecidas, são boas de ouvir, assim como os diferentes sotaques, dos diferentes pontos do país.

Dias de familia, onde a companhia, e o nos sentirmos presentes e integrados num grupo, tambem nos faz sentir bem, e cortar com o que tem sido prática, uma vida independente e única.

Zest

01.12.18 | Delcy Reis

Este pequeno palavrão descreve a tendência, em termos psicológicos que somos forçados a assumir na nossa vida, para podermos atingir um bem-estar e equilíbrio.

Contudo, no meu entender poderá ser uma forma de estar e de viver, perigosa, pelo mundo surreal onde nos podemos colocar, sem termos consciência da realidade onde nos enquadramos.

Mesmo assim, finalmente encontrei algo, das pesquisas de vida, que acaba por relacionar a componente espiritual que me balanceia, com a componente emocional que aprendi a usar na minha vida: viver cada dia como se do presente se tratasse, procurando retirar de cada momento, de cada decisão, a melhor satisfação possível.

Estudos apontam que, a relação entre este modo de estar de vida, aumenta após grandes momentos de transição, que naturalmente deixam marcas, reforçando a capacidade de resiliência que temos.

Em termos de dimensão espiritual, é também uma forma de estar que se foca muito nas terapias orientais que promovem o relaxamento do corpo, que por sua vez libertam a mente, terapias estas que conjugam sons de tranquilidade, cheiros de insenso, e cores da natureza, suportando que efectivamente o ser humano, para se poder contrabalancear numa realidade citadina, precisa de forma recorrente, de se suportar nas propriedades mais básicas do mundo, para também aí poder recarregar baterias e bem-estar.

Contudo, o risco de gerirmos, e sabermos que postura assumir, para nos podermos eventualmente proteger da mudança que estamos a sofrer, poderá apenas protelar um estado emocional menos positivo, que a meu ver terá que eventualmente acontecer, e pelo qual cada um deverá passar.

Todos os processos e gestão mental que fazemos, são certamente para nos motivar e fortalecer, contudo uma porção de realidade, e de vento forte na cara, deverá estar cá, para nos lembrarmos daquilo que somos.