Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Incompanhia

A companhia dos (in’s) INcerto INcoerente INconstante

Incompanhia

A companhia dos (in’s) INcerto INcoerente INconstante

Orange is the new black

27.11.18 | Delcy Reis

images.jpeg

 

 

Tenho acompanhado esta série de 2018.

a mesma grata a vida de uma privilegiada nova iorquina que acaba numa cadeia de mulheres, para cumprir uma pena por crimes cometidos na sua juventude. 

Chamo a atenção ao grafismo inicial, das caras e pessoas que surgem na introdução,  mas esta série retem-me pelo simples facto de ser diferente de todas as outras, e ser bastante divertida, por todas as interações e principalmente argumentações que sustenta uma comunidade que partilha do mesmo espaço para sobreviver e viver, um dia na prisão, sendo a raça, a cultura de cada uma das pessoas aquilo que fomenta também a cisntante discussão.

A solução, para que grupos de humanos se unam, passa por ter lideres com uma experiência de vida diferente,  ou que pela forma como comunicam conseguem chegar a todos aqueles humanos.

Série, intensa pela sua sexualidade, mas bastante atual, por todas as problemáticas que poderemos viver e sentir nos dias de hoje, nomeadamente no que a culturas e etnias diz respeito, caos, a falta de regras e também o esforço contínuo que fazemos por aproximar os seres humanos e termos sempres esperança na humanidade.

A única desvantagem prende-se com o facto da série ter episodios de 50 minutos, que, depois de um dia de trabalho, podem ser bastante longos.

Recomendo, e aprecio principalmente, pela forma tão bem caracterizada de representar aquelas todas e diferentes culturas, e de fazerem provar que, ou por maioria, ou por autoridade,  acabamos todos por ser seres humanos, que passam por dor e sofrimento. Sempre.

Floco de Neve

26.11.18 | Delcy Reis

Estamos no Inverno, onde me procuro ciclicamente reconfortar nas pessoas, nas recordações, naquilo que venho construíndo.

E regressa novamente uma partilha. Lembram-se dos flocos de neve?

Aquele rebuçado que, deixava a boca quente de ser tão doce, mas que ao mesmo tempo tem um sabor tão único e tão dele que nunca é substituido por outro e qualquer caramelo.

Flocos de Neve, da Vieira de Castro, grandes e crocantes, que comia em serões de cinema, o que para muitos poderá ser estranho, eu chamo-lhe apenas diferente.

Hábitos diferentes, de experiências diferentes, e que por isso mesmo podem ser partilhados.

O formato, agora parece ser mais pequeno do que aquele ao qual estava habituada, mas na altura havia sempre o receio de ser parecido com as pastilhas de nafetalina que haviam nos armários.

Por parte dos meus pais, essa semelhança que podia ser criada no meu cérebro em nada ajudaria, o cheiro era diferente, e o meio onde surgiam era completamente distinto.

Felizmente ainda continuam a ser vendidos e produzidos, em larga escala em Portugal não só por Vieira de Castro.

Chamemos, ainda existe mercado para esta pequena iguaria, que ainda continua a estar presente em muitas gerações, que garantem a sua continuidade.

E que doce e quente, foi comer um este fim de semana, 

download.jpeg

 

 

Vuk Vockovic Wolf. Tricikl

24.11.18 | Delcy Reis

Beograd-oil-on-canvas-150-x-215-cm-2015-Vuk-Vučk

 

Dois nomes, sendo que o segundo me levou ao primeiro.

Como sou  apreciadora de tudo o que tenha a ver pintura, e acabo por seguir o trabalho de alguns dos artista que aprecio, quer em Portugal, quer fora, este marcou-me pelas cores e pela forma como retratou várias cidades.

Mas, comecemos pela loja, que divulgo apenas pela experiência que tive dentro da mesma e que, a senti diferente das de Portugal, por pequenos pormenores que me apaixonam, como sendo os laçarotes para os doggys.

Sim, em Belgrado, os espaços públicos, nem todos, permitem a entrada a estes companheiros, que têm também um específico dress code para aquele espaço. Os cães têm direito a tremelgos, bem a condizer com bares de estilo renascentista, que na sérvia poderá ser de estranhar esta influência.

 A loja, Tricikl, bem perto de onde morei durante 5 dias em Belgrado, apresenta, para além dos bens comuns e da europa, estes três pquenos detalhes que apreciei, como sendo locais: pintura, adereços para cães e livro ilustrativo, bastante diversificado com os aspectos culturais essenciais que podemos reter da cidade.

Um livro ilustrado, "old shcool", com aquilo que podemos fazer naquela cidade, mas com ilustrações que me cativaram, pela minha meninice.

Tremelgos, para um doggy de caça, que é também o meu, e que felizmente, fiquei a saber que me poderia ter acompanhado nesta jornada. 

E por fim, pinturas a óleo canvas, com os pequenos pormenores de cada cidade, sendo que apreciei bastante o óleo de Belgrado, por três questões simples:

- "Roadmap" na altura para sítios onde eventualmente poderia ir, 

- Recordação da viagem que foi, e do marco que representou na minha vida;

- Cor dada a uma cidade que, talvez pela estação do ano, mas também por outras razões não a teve.

Infelizmente não tive oportunidade de visitar, uma galeria de arte, com as suas obras.

 

A vida num dia

23.11.18 | Delcy Reis

Dependendo da cultura, depedendo das posses que cada um tem, dependendo daquilo que valorizam num determinado momento, todos os dias, diferentes pessoas no mundo se movem, por aquilo que acreditam.

São acordadas, ou pelo som da cidade, ou pelo despertador, ou por uma bela e simples risada de uma criança, que nos transmite aquele amor incondicional que podemos esperar.

Este documentário, é algo que aconselho vivamente a verem, e foi-me partilhado por alguém, que se cruzou, infelizmente, por breves momentos na minha vida.

Fica aqui o meu agradecimento a também esta partilha, com a qual na minha essência me identifiquei.

Pela diversidade cultural, pelas diferentes formas que, cada um de nós encontra para se poder sentir bem com a vida que construi, e podendo ajudar, a identificar e solidificar os pilares que a constituem, para si.

Um documentário que nos ajuda, de certa forma a relativizar os problemas pelos quais todos nós passamos, todos os dias, de forma diferente e sentida também de forma diferente.

Sim, todos temos um caminho, a percorrer, onde os nossos objectivos, serão um dia alcançados, da forma planeada ou não, nas circunstâncias que achávamos que iam acontecer. 

Mas, cada vez menos acredito que será desta forma, mas sim, quando simplesmente têm que acontecer, novamente levando ao processo de aprendizagem que podemos ter, desmontando todo e qualquer processo de planeamento a longo prazo.

Esse, já há muito que aceitei que não pode existir, porque todo o mundo, todas as pequenas interacções que temos diariamente, nos levam a caminhos diferentes, a mudar, e sendo essa mudança livre e solitária, ainda melhor, pelo facto de aí sim, não termos qualquer senso de compromisso.

A questão do compromisso com alguém, poderá ser entendida em diversas dimensões: bem-estar de corpo, bem-estar de mente, bem-estar financeiro.

Mas, essencialmente, e no meu entender, de forma natural, será com bem-estar de corpo e de mente onde os principios, como o respeito pelo outro, e integridade são essenciais.

E, cada cultura, com a sua religião, com a sua crença, alimenta a tal esperança de dias melhores, de paz, para cada um dos seres. Algumas, com as quais nós nos identificámos mais ou não.

Se, nos predispomos a esse diversidade, de forma genuína com um sorriso na cara ou não.

Eu, pela diversidade de textos que vou escrevendo, porque gosto de escrever, vos vou mostrando que, poderia ser um blogue convencional e escrever apenas e somente sobre um tema específico mas não, vou escrevendo e partilhando coisas que absorvo e com as quais me identiifico mais, partilhando alguns momentos que vou tendo, de forma mais vaga, por respeitar a individualidade e privacidade de cada uma das pessoas que genuinamente me conhece, e a quem me dou a conhecer.

Mas, é simples: rituais de tribo de cultura, como base de uma alimentação, para as mulheres, crianças que têm que ter formação, ou simplesmente ajudar a numerosa família a ser sustentável em termos financeiros.

A água, fogo, vento e terra como a base da vida.

O planeta Terra que, nós no mundo civilizado, dizemos tão respeitadores, pela inteligência que temos, mas que nas nossas  acções,  não o provamos, por não nos querermos privar do nosso conforto individual, em pról de um mundo e bem melhor.

A forma, como homens, disputam e cobiçam poder, e influência, em termos mundiais, sem qualquer humanidade, por detrás, onde as variáveis em causa, são apenas a vitória, às vezes aparenta ser só porque sim, para ter a razãoou então pelo patriotismo. Mas, que não critíco, pela capacidade de decisão que tenham eventualmente.

O facto, de sermos todos diferentes, mesmo entre homens e mesmo entre mulheres; e as escolhas que fazemos, com quem queremos estar, ou com quem simplesmente aparece no nosso plano, que nos trazem boas sensações, e nos recordam aquilo que ainda acreditamos que podemos vir a conquistar. E termos essa consciência de curiosidade, apesar de todo o medo que possamos ter, da mudança que se avizinha.

Partilhem, as vossas opiniões, e vejam por favor, para que se possam, em alguma destas formas de viver um dia, identificar.

https://youtu.be/JaFVr_cJJIY

Belgrado.

19.11.18 | Delcy Reis

Procurar sempre, na medida do possível, e pelas mudanças que a vida  nos proporciona, fazer aquilo que genuinamente gostamos. É, efectivamente libertador. 

Arrisquei, e agora, já de regresso posso afirmar que, mesmo tendo arriscado, tudo correu bem e conforme planeado, na medida em que os riscos a que me expus foram conscientes,  e em nada me surpreenderam. E sim, a isto posso convictamente chamar experiência de vida e alguma sabedoria.

A primeira, decorre dos anos, do tempo, da reflexão. A segunda, decorre da abertura de mente que me foi proporcionada quando era mais jovem. O tema da diversidade, do diferente e novo me saciar a vontade e energia que sinto que tenho em viver.

Pelo que me informei de outros viajantes, a recomendação de quatro dias na cidade, para mim, pareceu-me excessiva. Penso que três dias inteiros, numa viagem a só, e com o propósito de conhecer a cidade, cultura será suficiente.

Há onze anos que não viajava para a Europa de leste, e foi bom revivê-la. Conheci, em tempos Bucareste e alguns dos países que rodeiam a Roménia, mas não tive a oportunidade de conhecer a Sérvia, tendo ficado para uma próxima oportunidade, Montenegro. 

O tão temido tema da segurança. Penso que parte da confiança, e principalmente da nossa força de mente e sentido prático, com solução ou plano b, para qualquer eventualidade que aconteça de forma inesperada. Como, por exemplo, tocarem a campainha do Airbnb, quando não estava de todo a espera de ninguém.

Ainda arrisquei, e sendo um rés do chão, ainda mais arriscado foi, mas tudo correu bem. Falso alarme. 

Bom, avançando pela cidade, que não tem metro, está sobejamente repleta de eléctricos, bastante antigos, autocarros e táxis.

Aqui também é desvalorizado todo o dinheiro em moeda, mesmo que o mesmo tenha o mesmo valor que a nota, o que não tem muita lógica, portanto a partida poderá ser um povo que procura transmitir alguma ambição, se bem que de nada lógico isto tem.

Não fui, nem sou uma pessoa de ir à procura da miséria, mas sim a procura de uma cultura que, sendo bastante semelhante, me abraçou em tempos de uma forma muito positiva. 

Fui, perceber que, de forma geral todos levamos uma vida semelhante, com pilares muito idênticos, e rotinas também elas muito idênticas. 

Mercados de fruta e legumes que ali, ainda não estão fashionizados para refeições ( que saudades), restaurantes e bares que não são franchizados ( que saudades também) ou então que, pelo simples facto de não me serem comuns, voltam a saber-me tão bem.

Igrejas, grotescas, gordas e robustas, bastante amplas e ortodoxas também pela sua construção, para mim conseguem ser mais alegres que as da religião católica: predominam o vermelho e o dourado. O culto que nestes dias corre, de prestarem a sua crença aos seus santos, e diferente: entram na igreja que na porta tem marcas de baton, e percorrem cada um dos santos onde querem acreditar,  benzendo-se sempre, no mínimo, três vezes.

Cheiro insenso e sento-me numa das poltronas que ali se encontram.

Os parques estão limpos, mas secos pelo frio. Os cães são algo que também apreciam e que merecem um conforto adicional nesta época do ano, podendo entrar nos bares. Adorei, cãopanhia foi coisa que não faltou :)

Jazz Basta, pelo criado que foi super simpático e acolhedor, pela música ali tocada, e pela tábua de queijos com Roma, e um belo copo de vinho. 

Nikola Tesla, pela partilha de conhecimento Físico, área que não domino, 

Bicicleta, pelas longas pedaladas ao longo do rio Danúbio, ambas as margens, com os olhos a lacrimejar do frio, e as mãos a doerem também, observando que ali também existe a rotina do domingo, de caminhar com a família à beira rio, ou simplesmente ir passear o cão.

Znak Pitanja, restaurante que recomendo por tudo, todo e qualquer detalhe: desde as mesas de madeira e os bancos, os fornos de pão que aquecem o ambiente e também lhe dão um cheiro especial, até as canecas de cerveja e ao prato de pão com porco e cogumelos lá dentro.

No fim, o brinde perfeito: música da Europa de leste, e um grupo de pessoas a cantarem e bem dispostas.

No início, o porte dos homens pode assustar, porque as vozes são grossas, e tem um olhar frio. Mas acho que isso tem a ver com os filmes que vemos, porque depois de dois dedos de conversa, são super acolhedores.

E, por favor, não deixem de ver a vista no The Victor, à noite. É simplesmente incrível, e o facto de existirem muitos locais que fazem daquele sítio uma das suas rotinas, mesmo a meio da semana, dá que reflectir, pelo menos a mim que raramente me tenho dado a esse balanço, ultimamente. 

Percorri toda a cidade de bicicleta e a pé, e bebi todos os detalhes: lojas de tecido, lojas de comida salgada, cerveja, cevap e sis cevap. 

Ainda fui dar um beijinho a Timisoara, só para lhe dizer que dela, também não me esqueci. 

 

 

 

QUEEN

15.11.18 | Delcy Reis

Queen.jpg

Uma oportunidade que recomendo vivamente. O filme que se encontra em exibição nas salas de cinema  para os amantes desta banda dos anos 70.

Recordo-me em miuda, também de ser bastante influenciada para os acompanhar. Recordo-me, para a geração daqueles que os acompanharam na sua altura, a doença que Freddy Mercury teve, foi marcante para todos os fãs, assim como a grande prestação da banda no live aid. Era um grupo que ouvia mas que, ao desconhecer a razão porque se juntaram, a criação de algumas das suas músicas, confesso que não prestava muita atenção. E ao grande vocalista Freddy Mercury.

Este, não era o seu genuíno nome, assim como as suas origens foram bem camufladas pelo mesmo. Julgo que não por vergonha, mas sim porque gostava de criar, e talvez viver o seu próprio mundo de sonho, à sua imagem.

Uma banda, que pela sua diferença, conseguiu ter um percurso sólido por cerca de 20 anos, onde egos e vontades individuais, foram superadas pelo grupo, e por tudo o que criaram em conjunto. 

Freddy, sempre excentrico, na forma de estar no palco, na sua imagem, e por isso mesmo alvo de todas as críticas e extravagancias, quando muitas delas nem sequer nasciam da sua criatividade: por exemplo, a musica de "I want to break Free", onde todos se vestem de mulher, e no meio da mesma, é explorada toda a comuncação de corpo, humana, completamente fora da caixa, da vida "normal", é rotulada como sendo uma ideia de Freddy, quando na génese, foi também roger Taylor e Brian May que foram os excêntricos, apesar de casados e com uma vida emocional "estável". 

Toda a força, e capacidade de inovação, proveio inicialmente do vocalista, com junções de géneros musicais bastante ecléticos, onde a junção do rock com ópera, e a extenseão temporal de uma faixa de música foi arriscada com Bohemian Rapsody. Sons, distribuidos pela direita e esquerda, recorrendo a métodos completamente artesanais, inspirações em galos de quinta, para cantar o conhecido "Galileo", são pequenos pormenores partilhados, numa história, agora partilhada nos grandes cinemas. E, apesar dos atuais efeitos especiais cinematográficos, na minha opinião não retira o cruo que a película e história têm.

Rapaz, crescido numa familia, com valores  e principios muito fortes, capaz de acreditar no seu instinto, e capaz de fazer acreditar, sempre, os restantes membros da banda.

A capacidade que tiveram de chegar ao público, e de comunicar com ele, de forma antes nunca praticada, foi algo de génio para a altura. A capacidade de aprender tal facto como uma oportunidade a explorar, com "We will rock you", de aproximar todas as pessoas em momentos de felicidade com " We are the champions", são capacidades únicas de uma banda de quatro jovens que estudavam na faculdade, e tocavam apenas para um meio universitário. E que foram capazes de sonhar mais alto.

E a verdade é que Freddy, pela sua excentricidade, extravazou a sua capacidade de junção com vozes corais, com Montserrat Caballe, no hino de abertura dos jogos olímpicos de Barcelona.

História de música, de grupo de pessoas, de vida de uma das lendas da altura, que recomendo vivamente ver. Independentemente de todas as críticas, pelo simples facto de alguns dos detalhes não terem sido aderentes na sua totalidade à realidade, para um mero espectador, nascido na década de 80, que não teve o privilégio de acompanhar a génese da banda, penso que é merecedor desta viagem.

 

Stan Lee

13.11.18 | Delcy Reis

Morreu um ícone da minha infância. Morreu uma pessoa que me fez perceber e conhecer um pouco melhor. Aquilo que me fascina, aquilo que me faz despertar, ainda nos dias de hoje, curiosidade e vontade de ver.

Para vocês que me acompanham e lêem, desconheço que papel as bandas desenhadas da Marvel, e os seus personagens têm vindo a representar na vossa vida.

A mim, sempre foi um mundo com o qual sonhei, e me fascinou.

A primeira influência, foi dada pelo meu irmão, pelas bandas desenhadas que lia, principalmente do super homem e do homem- aranha. Claro está que, para mim teria que naturalmente encontrar a super woman com quem me pudesse naturalmente identificar. 

Procurava ler às escondidas, porque não via as outras meninas a lerem, e como era do meu irmão, talvez não o devesse fazer e, talvez por isso mesmo o fiz. Pela curiosidade.

Aquela com a que mais me identificava era a Storm, principalmente pelo facto de poder fazer uso a seu belo prazer das forças da natureza, algo que sempre me acompanhou e acompanha, como equilibrio. Curiosamente as suas origens são uma mistura afro-egipcia, o que acaba por confirmar que sou coerente, e exótica nos meus gostos.

Mas, este texto não será certamente para falar de mim, será para falar de alguém que foi capaz de criar, um mundo para estas cerca de 50 personagens da Marvel, cada um com uma biografia própria e razão própria para terem os poderes que têm, quer pela sua nacionalidade, quer pela junção e história de vida que trazem consigo.

Stan Lee, foi alguém também capaz de sair da caixa, e de criar algo surreal e que nunca existiu. Foi certamente um dos inspiradores para séries que posteriormente entraram em voga como a SuperHeroes, desenhos animados japoneses de guerreiras do espaço, Power Rangers, entre outros.

Stan Lee, foi capaz de idealizar uma comunidade, do bem capaz de receber pessoas diferentes, que nada de errado tinham apenas eram mutantes e diferentes do "normal". 

Foi capaz de trazer essa visão que, com o tempo foi aceite e vista de forma positiva, e não como uma ameaça. Foi capaz de criar algo inovador e que deixou uma marca diferente na vida de cada um de nós que sempre foi um entusiasta pela diferença, pelo mistério, pela novidade.

Obrigada por todo o legado que nos deixaste, e certamente continuarás a ter-me como fã, 

Marvel-Superheroes.jpg

 

Não estamos sós.

11.11.18 | Delcy Reis

E tudo também se resumerá a isto.

O nosso equilibrio, também parte da oportunidade que temos de comunicar e falar com outras e novas pessoas.

Fazendo-nos sentir integrados, num meio que pode também ser nosso.

A idade é sempre um número, apesar das rugas que possamos ver e dos cabelos brancos que sismamos em arrancar, porque não aceitamos que seja a altura deles nascerem.

Por vezes, queremos afastar-nos do mundo real, sim e falo por mim talvez para me proteger na agressividade que ele me transmite, pelos layers, onde forçosamente me tenho que encaixar mas, ainda não está na minha altura para isso.

Sei, que para muitos falhei, nas decisões que tomei, pelas circunstâncias em que me encontrava, mas o cinzento nunca foi uma cor predileta na minha vida, não pelo menos durante mais que uma estação do ano, e sinto que deixei que me dominasse, posteriormente durante um período largo da minha vida. 

Talvez para provar a mim própria que também saberia esperar, pelo tal momento certo, não para mim mas, para a tal fatal conjuntura.

Sim, sermos adultos, é falarmos de forma clara, sem rodeios e expormos o nosso ponto de vista, que nem sempre será concordante, mas isso será certamente aquilo que nos distingue de uma outra e qualquer outra pessoa mas, para haver a cooperação, terá que haver certamente o diálogo.

 

Pelo que vejo, das pessoas da minha geração, penso que por vezes não sabemos aceitar bem o silêncio, sendo taggado instantaneamente como algo depressivo e que não pode co-existir, num meio de felicidade. Pois, não concordo, a paz e o bem estar de cada um também fazem parte, da tal dita cooperação.

Não aspiro uma história de amor, com um final feliz, mas reconheço que, somos todos humanos, e todos nós independentemente da idade, não nos podemos acostumar a que certas coisas, prazeres, e momentos bons que temos na nossa vida, simplesmente passem.

Sim, palavras de pessoas com experiência que me transmitem que, devemos valorizar o presente, quando não conseguimos ver um futuro, e tudo aquilo que temos, para nos sentirmos, e agora sim, julgo vir a palavra mais perigosa, pelo menos para mim, confortáveis.

 

É óbvio que todos nós adoramos o conforto, o descanso, todos nós adoramos o lazer e o tão chamado hygge way of life, que só se encontra maioritariamente presente na vida dos países do norte da europa, onde o equilibrio entre a vida pessoal e a vida profissional são considerados, de uma forma sã.

 

Em Portugal, a produtividade, por vezes é medida com horas de trabalho acima do aceitável, esforço inicial de forma forçada e excessiva, para podermos garantir que somos merecedores daquela função, merecedores daquele posto de trabalho.

Aqueles, que apaixonadamente seguiram o seu caminho, com a certeza de que era aquele o caminho que teriam de seguir, com mais ou menos esforço, fizeram-no de forma mais ou menos intensa, de acordo com as suas crenças, confiança, e com o seu  juizo de valor. 

 

Essa intensidade, não sendo retribuida deixa de certa forma, a marca de doseamento de energia, para podermos ter o tal equilibrio emocional, que tanto está em voga.

Mas, se não seguirmos o que o noss coração nos impele a fazer, a nossa vontade, sendo toda uma junção de vertente lógica e racional, com emotiva, onde vejo a combinação perfeita dos dois mundos, para que é que faz qualquer sentido, qualquer que seja o caminho que escolhamos, se para nós, como indivíduos não tem qualquer significado.

Sei que anteriormente, também já divaguei, por temáticas que todas elas se esbarram no mesmo propósito, quer pela geração Millenials, quer pelas tecnologias, mas por favor não nos esqueçamos de todos humanos que somos, e que um pouco de loucura, promove a mudançe e a evolução.

 

Um pouco de sal, tempera.

Não estamos sós, audazes que ainda se continuam a aventurar pela diversidade da vida. 

E tão bem que ela sabe.

Os audazes que acreditam na individualidade.

08.11.18 | Delcy Reis

Este texto irá para aqueles que acreditam que apenas por eles mesmos, pela sua força e compromisso, conseguirão encontrar aquilo que precisam e procuram.

A todos aqueles que sabem que, por maiores relações que se possam manter, devemos separar a relação criada do que nos mantém naquele núcleo, naquela comunidade.

Este texto será para aqueles que sabem manter a relação após as ondas todas se dissiparem, e a revolta acontecer, pelo laço sanguineo, ou por momentos outrora bem passados.

Sim, todas as relações se estabelecem e nascem por interesses e necessidades comuns, do momento, sendo que no que respeita aos interesses, os mesmos sendo inatos se mantém com o passar do tempo, e com o passar dos anos, nomeadamente no que àquilo identificamos que nos possa, de certa forma fazer sentir bem e realizados.

Penso que as palavras que preservam estas relações são três:

- Respeito: saber respeitar a outra pessoa, o seu espaço e até onde podemos ir, tomando as atitudes que sabemos que nos irão fazer bem, sem interferir no bem estar alheio. Se destes cruzamentos surgirem oportunidades, tanto melhor;

- Influência: A construção de uma argumentação lógica, com o objetivo de fazer ver o nosso ponto de  vista lógica, e a forma como, naquele momento estamos a ver a conjuntura, poderá de certa forma, exercitar a cabeça do receptor da informação no sentido de algo que possa fazer sentido. Aqui, e neste ponto sinto que, a nossa cultura, portuguesa acima de tudo,  não estando acostumada a ver o padrão da mulher como uma opinion maker, or decision taker, por vezes à partida cria uma barreira no debate que não ajuda nem permite a evolução.

- Consciência: consciência da forma como comunicamos e de que palavras serão proferidas para o receptor da informação, sendo apologista que se tomem decisões,  não precipitadas, mas que as mesmas naturalmente, promovem para que os caminhos se descruzem e assumam um trilho, livre e sem rede.

 

Este texto saberá bem a todos aqueles que vêm na solução, também um modo de estar, bom, possível e não assustador. Servirá como conforto e acompanhamento, para aqueles momentos em que sintam que precisam de uma mão que os puxe.

 

Esta tendência naturalmente que se reforçou ainda mais com as novas tecnologias, onde o estarmos presente e constantemente em reuniões, em contacto verbal, não será de todo necessário, e onde gerimos o nosso dia a dia, pela ordem com que os emails caem na nossa mail box.

E, por esta via perdemos algumas capacidades de comunicação que nos são inatas, e que por vezes ajudam a ver como é que genuinamente as coisas efectivamente se verificam e acontecem.

 

Dependendo do estado de espírito de quem ler este texto naturalmente poderá concluir que a sua escrita é feita por alguém que se encontra menos feliz, já que hoje, sinto que é esta a palavra de ordem, obrigatória, e cuja tendência normalmente não concordo, porque deveremos reconhecer aquilo que nos afecta emocionalmente, procurar combater, mas reconhecer, tendo sempre presente,  que não será controlável na sua totalidade, e muito menos previsível.

 

Mas, precisamos de alguma forma de nos sentirmos inseridos, onde seja, com quem quer que seja, mas inseridos, a contribuir, e com um propósito.

 

 

 

 

Rebeldia vs Liberdade

05.11.18 | Delcy Reis

Pelas flutuações diversas que a vida me tem vindo a trazer concluo que sim, tenho uma alma rebelde que procura a diversidade e a liberdade. 

Sei que são duas palavras que andam de mãos dadas e que se relacionam de forma bastante forte, a liberdade, pelos valores e princípios que regem grande parte dos estados nação que pertencem ao continente europeu, e diversidade que, no meu entender nos dias de hoje, cada vez menos tem vindo a ocupar o seu lugar de forma positiva e bem aceite.

Sim, pertenço a uma geração do globo e não do país, pertenço a uma geração da promoção da globalização, e as alterações que sinto que vêem a caminho, são-me estranhas. Vejo a europa a desfragmentar-se em países, que procuram não perder a sua cultura, a favor de uma cultura europeia, vejo que o patriotismo que poderia por ventura nascer em mim não se verifica, muito pelo contrário, a vontade de escapar a esta volatilidade de vida, apenas porque está em voga ser feliz, sem qualquer conceito de responsabilidade subjacente é algo com o que não me identifico.

Defino-me como rebelde, porque gosto de aprender, defino-me como rebelde porque gosto de sentir que contribuo de alguma forma para algo, alguém.

Defino-me como rebelde  porque gosto de sentir a liberdade de poder fazer aquilo que decido, quanto mais não seja na minha vida pessoal.

Defino liberdade como isso mesmo, suportada em pilares de segurança, bem-estar, e autonomia.

Mas, explorando de forma mais aprofundada o conceito, todos nós vivemos num conceito de liberdade criado pelo nosso expectro de experiência e vida, nada mais. Todos nós, ao procurarmos ser livres, esbarramos no espaço de outra pessoa, pelo transbordar de liberdade que temos, e pela vontade intensa que temos de abraçar essa novidade na nossa vida, sendo ela uma pessoa, sendo ela um projecto que nos alicie.

As redes sociais e as plataformas sociais, aliciam a esta liberdade, partilha e exposição, que por vezes, no meu entender são extrapoladas de forma excessiva, onde a opinião de todos, mesmo aqueles que não conhecemos, não percebendo bem porquê, parece que acaba por ser importante; talvez por uma questão de vício associado à plataforma em si, talvez por uma questão de não solidão, ou depressão. Talvez pelo químico que é libertado no nosso organismo de cada vez que vemos que somos importantes, para aquela comunidade, que nos dá um gosto de forma tão superficial, sem sequer nos conhecer. E não isso não é de todo conhecer aquela pessoa, e a forma como ela se define na sua vida.

Temos a liberdade de adequar as nossa convicções aos tempos atuais, temos sempre a oportunidade de mudar, o espírito e  a forma como estamos na vida. Essa liberdade existe, podendo a amargura ser a de nos sentirmos como " um peixe fora de água", porque não foram estes os princípios basilares com os quais nos trouxeram e colocaram no mundo, aquando da passagem para a nossa idade adulta. O guidance que nos foi transmitido não foi esse, e para uma menina portuguesa, muito menos ainda.

E, por todos estes meios que dispomos, criamos uma imagem de nós próprios que por vezes nem sequer nos apercebemos, uma imagem de rebeldia, de opinião forte e vinculada, que poderá não ser a mais conveniente, para a bolha em que nos encontramos enquadrados naquele momento.

Poderá não ser a mais conveniente, mas não será de todo ofensiva, pelo que de legítima, e de disrupta, trará eventualmente algo de novo para o mundo que a rodeia.

Mas, por aquilo que julgamos controlar e não controlámos, revoltamo-nos na vida, e não querendo que pessoas que de forma tão positiva e boa contribuiram para o nosso bem-estar desapareçam, acabamos por afastá-las, com os desabafos pesados que temos, com os desgostos de vida que vamos também tendo.

A velocidade a que a vida muda, nos dias de hoje, e a velocidade à qual nos temos que adpatar a essa mudança, por via das tecnologias, leva-nos a esquecer a faceta humana que desempenhamos em todas as  dimensões da nossa vida,  onde a  confiança e a base da confiança de uma relação deixam de existir, por via de posts positivos em redes sociais, com fotografias sorridentes, onde o contacto honesto, visual, não existe, porque ou se encara como não sendo necessário, ou ao ser demasiadamente libertador, poderá ser visto também como discriminatório.

Somos todos livres de ter uma opinião, desde que assumamos que a mesma poderá ser posteriormente debatida e ajustada, contudo a contribuição da nossa opinião, apenas ajudará a imprimir uma maior velocidade à mudança e evolução.

Entendo que, nos dias de hoje, a liberdade  global que existe possa trazer algum desequilibrio ao nacionalismo de cada um de nós assim como ao nosso individualismo, sendo cada vez mais difícil conseguirmos percepcionar onde nos podemos encaixar, no que a layers da sociedade diz respeito.

E vocês, conhecem a vossa liberdade?