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Incompanhia

A companhia dos (in’s) INcerto INcoerente INconstante

Incompanhia

A companhia dos (in’s) INcerto INcoerente INconstante

Feminismo.

21.06.18 | Delcy Reis

Tema sensível, atual e sobre o qual não podia deixar de não escrever.

Não consigo aceitar, mas concordo que posições extremadas sobre o tema em nada ajudam.

A questão do género, é por si só uma barreira.

E se a esta acrescentarmos uma grande determinação e força, combinação ainda mais estranha, para os que desconhecem a pessoa.

E rotulam, mesmo que não estejamos numa esfera profissional.

O que se encontra em voga, também relacionado com qualquer tipo de assédio em termos profissionais, considero ser também importante, mas não regulado na sua totalidade por forma a permitir que haja um domínio pleno, por parte das autoridades competentes, que transmita segurança sobre o comportamento a ter.

Sim, é importante que, no nosso país, existam cada vez mais oportunidades de mostrar, que a gravidez e a maternidade têm que ser partilhadas entre o casal, apesar de, dizem os entendidos, o laço emocional criado com a mãe ser muito mais forte do que com o pai.

Não concordo. É  equilibrado, e o homem tem também emoções, pensando que as controla, mas não.

Se não o é, simplesmente porque sai da barriga da mãe, então não me faz sentido. Mas, não tendo essa experiência na minha vida, tenho que aceitar, o que cada uma das mulheres partilhou como sendo a sua experiência. 

Contudo, o extremismo dos movimentos femininistas, prevalece pelo simples facto de a mesma desigualdade existir na força oposta. E vamos para a esfera do que eventualmente, de parte a parte assumimos controlar. E vamos para a palavra forte do compromisso.

Somos todos responsáveis pelos nossos atos em igual peso. Reconheço que a força fisica, será naturalmente e quase sempre imbatível.

Podemos e devemos ser todos diferentes, mesmo entre o género masculino, e por vezes poderão até existir gostos que são comuns e nunca esperados, como o futebol, que aprecio, e como o convívio que tambem aprecio.

Mas, da mesma forma que corporativamente é dada preferância a eventos que, normalmente são predominantemente apreciados por um dos géneros, naturalmente que outros eventos que também promovem o nacionalismo, deveriam ser considerados em termos corporativos.

Forço-me por acreditar que, efectivamente juntos somos mais fortes, e que o equilíbrio naturalmente e para mim acontece com pólos opostos.

As boas e novas relações, encaradas de uma forma natural, da vida, e sem qualquer interesse adicional, quando falámos das que são estabelecidas entre géneros opostos, por partilha de conhecimento, experiências, interesses que se alinham.

O nosso país, tem forçosamente que criar condições para esta igualdade de circunstâncias. E o caminho está a ser trilhado.

 A fragilidade e submissão, tem que ser aceite pelos dois lados e respeitada, ou por cronologia temporal ou seja, para gestão de interesses individuais e de casal, ou por hierarquia funcional, no que à componente profissional respeita.

A opinião de uma mulher formada, tem que ser forçosamente dada. 

A opinião de qualquer pessoa formada tem que ser ouvida, podendo não ser aplicada, mas ouvida terá que ser sempre.

Para que, não nos sintamos sempre envolvidos na máquina, sufocados.

Não usemos o escudo do género, para resolver ou procurar entender desigualdades que existem, porque aí, no meu entender estaremos a promover uma competitividade na esfera profissional, que se vai refletir na dimensão pessoal.

E não quero com isto dizer que a evolução o desafio não sejam uma constante da vida, que o são. Não acredito na paz absoluta, mas acredito que, para sobrevivermos, ela tem que ir existindo.

 

Mas, talvez seja mesmo assim. O equilíbrio feito entre paz, guerra, amor ódio. Mulher, Homem.

O tema do legado

21.06.18 | Delcy Reis

Hoje falo-vos de uma questão-chave da vida de cada um.

Na esfera pessoal e na esfera profissional.

O nosso legado e aquilo que deixamos na vida. E o que pretendemos deixar.

Dos pequenos núcleos de pessoas que tenho vindo a fazer parte, constato que todos eles têm um denominador comum.

Trabalho e família. 

A amizade, nesta altura da vida, constrói-se infelizmente apenas por uma questão de cordialidade, ou então por experiências partilhadas em conjunto, fugazes, suportadas tecnologicamente e nas redes sociais, mas são efémeres. E refiro-me a experiências de amizade, de bons momentos. 

Por vezes sinto que não podem simplesmente acontecer pela naturalidade com que as duas pessoas se conheceram, sinto-me forçada a ter que acreditar que existe sempre um objectivo.

Caso contrário não será uma amizade. 

As restantes relações que se podem eventualmente construir, é por ajuda e partilha de informação. Mas, para tal é preciso existir confiança, reconhecimento de erro de parte a parte, com naturalidade. humana que nos caracteriza.

A tecnologia, e a sua velocidade não ajudam a que este controlo exista numa relacao bi-univoca.

E aqui poderiam entrar conceitos de ética, naturalmente, onde a ética de cada empresa, e definida pelas pessoas que a compõem, e naturalmente pela fase da vida que se encontram.

E o julgamento moral naturalmente acontece, tendo em consideração as fases de vida diferentes que cada um daqueles seres humanos se encontra.

Estou em transição, mas sei que o que deixo, foi bem construído.

Estou de transição e sei que o que vai ser construído será de igual qualidade ou superior.

Referindo-me a um texto anterior que publiquei, sobre os católicos pecados mortais, consigo compreender porque é que, na religião católica são entendidos como pecados.

Mas também reconheço que são eles que nos fazem mover, que nos fazem mudar, que nos permitem evoluir.

Toda esta conversa emerge da reflexão sobre uma série que acompanho denominada das treze razões do porquê?

Série adequada para a juventude de 18 anos, atual, onde as tecnologias e o tema da exposição dificilmente é controlado. E do impacto que isso pode trazer a uma comunidade escolar, social e familiar.

O denominado booling, que existe quer nas faixas mais jovens, quer nas mais adultas, onde a segurança individual tem sempre que estar presente. Segurança e responsabilidade.

Onde a pressão da omissão da verdade de cada um, pela oportunidade do momento é desfeita.

Por causa da dita consciência. O tal balanço entre a consciência e o risco, que se relacionam em certa medida com a liberdade.

Sim, sou da opinião que todos temos uma consciência, e todos nós temos o nosso limite de esforço.

Todos nós, temos um livro, com vários capítulos, e quanto mais diferentes forem, mais rica a nossa vida será.

Quero acreditar que cada pagina desse livro vai ser virada por mim e não pelo vento.

Existem fases na vida, em que flutuamos e o vento empurra, mas temos sempre que ser nós a controlar a força do vento, e para onde ele nos leva, para nao corrermos o risco de ver que não era aquela a brisa.

A personagem principal da série, que acaba por morrer, é apenas uma adolescente que teve que voltar a criar, consecutivamente o seu grupo de amigos, com quem sonhava ser honesta. E, que pelo facto de o ser, a informação partilhada não o iria ser com o intuito de ser mal usada. Para a exposição.

Mas, tal como em tempos li, suportamos sempre a nossa força na desgraça alheia.

Eu lia de outra forma, olhava para objectivos, referências que tinha na minha vida e procurava procurar atingi-los.

Mas depois descubro que não há a perfeição, descubro que a pressão e a responsabilidade é algo muito individual, que pode e deve ser dispersado pelos que nos rodeiam.

Para que a consciência não seja uma só.

Mas, a responsabilidade acaba por ser o peso de cada um de nós e o julgamento moral é o que rapidamente salta, antes de qualquer profissionalismo.

A tal componente emocional que todos cremos ter também controlada, de controlada nada tem, porque é sempre a primeira reacção.

O meu legado, sou eu e a história que trago comigo, em bens, fotografias, desenhos e pessoas que por mim passaram.

 

Catalunya

10.06.18 | Delcy Reis

Fa mes el k vol que el me pot.

Uma frase que me ficou, deste fim de semana diferente que tive em Barcelona. 

Viagem diferente, em todas as suas dimensões.

Primeiro, porque por todas as ajudas do universo cheguei atrasada ao voo, apesar da ajuda de toda a comunidade de pessoas que se encontravam no aeroporto, que colaboraram com o meu esforço, e me ajudaram a acreditar. Menos os 3 minutos de atraso que tive e que não  pude controlar. 

Sim porque apesar de querermos acreditar que temos tudo controlado, assim como o planeamento, por vezes não estamos todos na mesma velocidade. E, ao não estarmos todos no mesmo ritmo, qualquer empenho e forca adicional não faz com que nos acompanhem. Nem sempre. Mas bom, aqueles três minutos, foram os três minutos em que o tapete do raio x poderia ter andado mais rápido, ou o segurança poderia ter revisto a minha mala mais cedo.

Porque correr, corri.

 

Como consolo, o responsável que fechou a porta do avião, ainda sentindo a pressão emocional de talvez deixar uma pessoa a dormir no aeroporto, fez com que tivesse companhia ate ao balcão das recompras.

Compromisso assumido com Karol, companheira de aventuras no meio do deserto.

Arrisquei a minha vida, partilhar um fim de semana com uma pessoa que apenas partilhei 8 dias da minha vida, numa viagem em grupo e que só a conheci dali. Mas, talvez por saber que vive aquilo que me encontro a viver, apesar de com uma idade diferente, em certa medida, foi um fim de semana que me confortou.

E, melhor não podia ter corrido. Efectivamente, mais um pontinho no caminho da minha vida, que apesar de estar fora do comum normal,  faz-me continuar a acreditar no meu coração, nos compromissos que assumo com as pessoas que me rodeio, e na empatia sobre outras pessoas.

Fui conhecer outras vidas, fui passar uma tarde tão boa no parque da cidadela, onde o movimento de independência da Catalunha se sente cada vez mais; onde vemos pessoas a venderem um simples bolo de chocolate para fazerem a vida a viajar, outros, que vendem um livro amarelo, sobre a paz e a comunhão entre duas sociedades diferentes, transparecendo claramente uma mensagem política sobre a independência e a luta da mesma.

Não senti qualquer perigo, não senti qualquer mal estar, senti a mesma cidade, com o mesmo calor, quer em termos de temperatura, quer em termos de pessoas a movimentá-la.

As típicas despedidas de solteiro, as bicicletas, os tuc tucs, a internacionalização daquela cidade, onde os agapones estão. E as recordações também.

Uma cidade que também ela é  europeia mas que se caracteriza por aquilo que a envolve:

Mont Juic, Park Guell, as ramblas com uma feira de tapas, típica, a zona perto da expo e do mar cheia de pessoas, com gelados, bicicletas, a correr, tal como na nossa costa mas uma costa diferente, não  portuguesa.

o falar e ouvir catalão que nos aproxima de casa.

Curioso o sentimento talvez de outra liberdade e independência pelo simples facto de, apesar de saberem e conhecerem os perigos da água em que se banhavam, ignoraram tal era o calor.

Foi em tudo diferente. E tão bom que foi apesar da diferença que teve.

Fui visitar Susi e Murif dois agapones que vivem livres, dentro de um apartamento e com muito amor. Ora pousam nos meus  ombros enquanto tomo o pequeno almoço, ora me acompanham no cabelo, a trepar, enquanto lavo os dentes.

E sim, foram eles que me despertaram, para andar de bicicleta, perto do rio, com um equatoriano e um argentino.

E sim foram eles que me fizeram companhia no quarto, depois de ter ido dançar.

Fui dançar, para um sítio onde se dança e onde a energia positiva é contagiante: pessoas de origens diferentes, com formas de estar e de vestir diferentes, que me convidam para dançar, e me ajudam a aprender.

E nao é  por isto que gosto de dançar. Gosto de dancar porque aqui tambem liberto o meu corpo, e me divirto.

Tive cinco convites diferentes, onde os meus ombros eram convidados a se libertarem, e a mente e corpo a desfrutar do momento.

Onde uma simples ponta de dedo, um estalar de dedo, me apura os sentidos, para saber   Para onde me vou virar, me conduzem, com mais ou menos força pela dança, pelo ritmo da salsa e da batacha.

Gosto de dançar em casal, porque em certos casos sinto o meu corpo a ser conduzido por alguém, a não ter que ter qualquer controlo sobre o mesmo, e ele flutua, ao ritmo da música , sem grande esforco.

Obrigado Barcelona, ja fez parte.

Millenials

06.06.18 | Delcy Reis

Discussão e debate sobre o tema por parte de  Simon Senek, que revistou a minha consciência, talvez por procurar respostas para eventos que tenham acontecido recentemente na minha vida e, para me poder enquadrar de alguma forma, no tal meu meio, que infelizmente esta imposto pelo comportamento dito “normal” da sociedade de de onde cada um ocupa o seu lugar.

Esta geração, a geração Y, que incide sobre todos os que nasceram após os 80, mas mais precisamente a partir de 82.

Geração caracterizada pela diversidade, pela vontade de querer desempenhar um papel no mundo e sentir que tem impacto, acreditando que, para tal não é necessário ter bastantes anos de experiência mas antes conhecimento  apenas o conhecimento técnico tão exaustivamente explorado na faculdade.

Geração, cuja velocidade de raciocínio se encontra suportada nas tecnologias, onde a globalização e a capacidade de absorção de informação, das mais diversas àreas, é concebivel.

Várias  são as críticas para o crescente individualismo, narcisismo assente nesta geração que protagoniza uma competição exacerbada nas plataformas de redes sociais, onde a felicidade é transmitida e bombardeada de forma recorrente, e por vezes, demasiadamente pessoal e transparente, onde a aparência, os filtros, e a perfeição e imagem são critérios e características que fortemente contribuem para destacar esta geração das restantes.

 

Independentemente da geração, eu sou das pessoas que acredita que a autonomia na idade adulta, e a capacidade prática de resolução de todos os problemas que nos surgem , revela isso mesmo, autonomia, e valor acrescentado para o mercado de trabalho, sendo que naturalmente a capacidade de comunicação dentro da organização e para o mercado é essencial.

 

Indepentendemtente da geração, entendo que, nos dias de hoje, pela evolução dos negócios e constante mutação dos hábitos da nossa sociedade, o facto de cada vez mais procurarmos preservar o nosso bem estar, retirando partida da evolução tecnológicaa que assistimos, quer em termos de overload laboral, quer em termos de vida pessoal, não entendo como sendo algo sem lógica. 

Naturalmente que, pertencendo eu a esta geração, reconheço que, para um equilíbrio emocional, a tamanha responsabilidade que nos foi colocada quando jovens quanto ao emprego, necessidade de emprego, deverá ser relativizada, deveremos conquistar o nosso equilíbrio individual e procurar não esquecer os gostos que temos, individuais e que emocionalmente nos reequilibram. Mas certamente que sentirmos o nosso contributo para a sociedade, país e mundo é algo importante também em termos emcionais.

Consigo aceitar que, a necessidade de anos de experiência, e a bagagem de projectos realizados num intervalo temporal maior, terão o seu valor, mas reconheço que a capacidade de adaptação e o conhecimento técnico da minha geração começa a ser reconhecido, principalmente pelo novo tecido empresarial criado em anos de crise, onde os mesmos narcisistas, foram empreendedores,  não desistiram do seu pais. 

Contudo também reconheço que, a facilidade de informação e formação assim como comunicação promovida pela tecnologia, pela internet, favoreceu em termos de facilidade, não exigindo um tanto esforço na recolha da mesma, tornando a geração talvez mais frágil e com uma auto confiança e estima baseadas em relações superficiais, de redes sociais, descartáveis que não ajudam na concepção da sua personalidade, mas sim numa constante adaptação

 

Se, em nós já sentimos esta barreira, como serão as gerações futuras?

 

 

 

Flores de um estranho

01.06.18 | Delcy Reis

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Hoje, após mais um dia de trabalho, fui surpreendida. E não sei quanto a vocês mas eu, na vida, adoro surpresas, principalmente aquelas que me fazem sorrir de forma inesperada. 

E, de facto, são mesmo os pequenos pormenores e o atrevimento da comunicação, mesmo com pessoas que nunca antes vimos na vida, que nos podem proporcionar momentos destes.

Sim, já  vos tinha escrito, todos os dias procurarmos solucionar problemas, com conhecimento, com aprendizagem e, tantos são os dias em que chegamos a casa derrotados. 

Este, foi mais um dia assim, diferente pelo início de mês , e por tantas outras razões, tantos outros compromissos que assumi comigo mesma, e com a minha vida pessoal que, em certa medida, procuro também  e esforçadamente controlar.

Primeiro dia do mês de Verão, onde o calor já deveria começar a surgir, para aquecer a alma.

Percorro como de costume, as redes sociais, em busca de um hábito , uma atualização do mundo, das vidas das outras pessoas de forma a que, a minha assuma algum caminho, pelas ideias que estas me possam dar. 

Vejo um homem, diferente, subir as escadas, com um ramo de flores na mão. Sorri, e apenas imaginei que as iria entregar a quem estivesse à espera em casa, ou seguidamente chegasse.

Em certa medida, esta imaginação consolou-me.

Subi também as mesmas escadas. Ele estava no hall do prédio.

Pessoa extremamente cordeal e educada.

Referi, com detalhe, que por ventura se tinha esquecido do ramo de flores que tinha trazido na mesa do hall, para poder abrir a porta do elevador. 

Apenas respondeu, “Não, deixei na mesa, para quem eventualmente pudesse gostar”.

E, de seguida, e sem mais demoras, apenas me perguntou “ quer para si as flores?”

Um sorriso. Um simples sorriso.

E que tanta simbologia e numerologia teve este pequeno gesto hoje. Catorze Gerberas, oferecidas por um estranho professor de Antropologia, a ciência que estuda o homem e a humanidade de forma global, portanto abrangendo todas as suas dimensões.

Catorze, o numero de vida, que abarca todas as pessoas que procuram constantemente a mudança, a felicidade em detrimento do materialismo excessivo.

Tinha como definido que, não se aceitam flores de estranhos. Talvez da minha meninice. Por protecção.

Não me senti só no mundo. Afinal, no mundo em que vivemos, por vezes ainda consigo encontrar pessoas iguais a mim, que dão. E não são expulsas, ignoradas, criticadas por isso.

Obrigada, estranho, pelo sorriso, já um pouco enrugado que me deste no elevador.

Sorriso grande, olho iluminado de azul, com a paz no peito.

Bom fim de semana.