Liberdade.
Palavra que, no mundo da filosofia, é vista como ausência de submissão e servidão, mas sendo eu também um ser racional gosto de a encarar por espontaneidade e autonomia que um ser racional pode e deve ter.
Tenho procurado recentemente valorizar ao máximo esta dimensão da vida, que só pode ser alcançada na sua plenitude, mesmo existindo algum compromisso, alguma responsabilidade. Terá que fazer parte, para me sentir equilibrada.
Acima de tudo não nos sentirmos presos, demasiadamente enredados pelos compromissos que temos na nossa vida, em virtude de podermos ficar escuros, sem energia.
Transição e liberdade ao invés do que comumente acontece na geração que me acompanha, onde as palavras de ordem são estabilidade, e compromissos já alcançados.
Refleti sobre esta palavra, recentemente a proposito do 25 de Abril, e do que nos caracteriza, por termos sido capazes de, promover a mudança sem violência.
Resta perceber se foi uma revolução eficiente, e devidamente valorizada.
De facto, anteriormente, tinhamos uma mente que realizava toda a gestão politica, económica e social do pais, onde a transparência, exposição e comunicação livre não existiam. Valores que devemos prezar por ter presente na nossa realidade.
Valores que também devemos refletir se efectivamente têm a sua praticabilidade, já que por vezes a comunicação não existindo, a estratégia não existindo, seguimos em frente por um caminho igual ao anterior, e mais uma vez, teremos que discernir se queremos provocar a rutura, a mudança e em que dimensão.
Hoje, dispomos de total exposição e falta de privacidade, de uma forma democrática, e aceite/ promovida por cada um de nós.
Dispomo-nos a essa exposição, talvez com o objectivo de nos sentirmos bem, pelo que alcançamos, porque o queremos partilhar, acreditando na restante humanidade.
Dispomo-nos a essa liberdade, por vezes sem limites. Sem reflexão.
A verdadeira liberdade de cada um de nós é aquela que nos permite agir de acordo com a nossa verdade, sermos genuinos, sendo que quem age com liberdade, naturalmente será aquele que melhor compreende as alternativas que precedem a escolha a tomar.
Mas, enquadrando-nos numa democracia e sociedade, a liberdade é sempre contingente, espontânea e refletida.
Contingente, por ser casual e associada a quem o confere, espontânea pelo momento em que é colocada na prática tendo toda a sua atitude sido previamente refletida, quanto mais nao seja pela experiência que cada um de nós tem, e com o passar do tempo absorve.
E por mais que acreditemos na liberdade, estamos sempre fechados à nossa realidade, às nossas experiências, que nos fazem acreditar, ter esperança.