Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Incompanhia

A companhia dos (in’s) INcerto INcoerente INconstante

Incompanhia

A companhia dos (in’s) INcerto INcoerente INconstante

Momento certo. Pessoa Certa?

02.03.18 | Delcy Reis

Nesta jornada que é a vida, neste caminho que percorro, tenho sido brindada de momentos que, emocionalmente me preenchem de diferentes formas.

Optei, por me dar o devido tempo de conhecer, para me poder balancear nas emoções.

Como escreveu o grande Manuel Cruz, são coisas que a vida nos oferece. São só coisas, e por vezes saber viver em vão é uma arte.

Viver, sem querer ver as pessoas, que sabemos que nos fazem bem, é uma arte.

Passamos a vida a sermos contrariados, pelas responsabilidades, pelas obrigações, na ânsia de resolvermos problemas, e nesta roda que é a vida, neste ciclo, quando deixamos de os ter, parece que temos necessidade de procurar outros. E no meio deste caos, está a busca de paz, e de nos encaixarmos nas ditas "fases de vida".

Ancoramo-nos nos nossos referenciais de família, quando o mundo real e concreto em que vivemos em nada se assemelha aos mesmos. E fazemos um esforço por nos adaptar. Vamos e temos sempre que ir no desafio, olhando cada uma das dimensoes da nossa vida, procurando estar sempre na primeira linha, na informação, na atualização, na aparência, na disposição. Em busca de uma perfeição inatingível.

Na diversidade de relações, no que a gerações respeita, vejo que nem as fases de vida, pelo número se compaginam de igual forma.

Concluo que a idade já nada define, é meramente um número.

Tenho-me vindo a cruzar com pessoas de diferentes meios, diferentes influências, talvez em busca de um porto de seguro, já que o meu está tão longe.

Desculpa porto, substitui-te pelo mar, porque esse sei que estará mais perto e me saberá reconfortar, sempre como indivíduo. Achava eu.

Tenho vivido a solidão, e procurado colocar o branco,a luz na mesma.

A estrela sou eu mas, tamanha é a energia que tenho dentro de mim, que sinto que a quero partilhar. Talvez não com o mundo, que todo ele é por vezes tão cruel e falso, mas com pessoas que tornam os momentos que vivo fazerem algum sentido.

Mas não as privilegio todas de igual forma. Decido isso.

E, como tudo tem sempre um significado na vida, sendo esse muito pessoal e particular, estive junto do  meu porto, na Adraga. Desconhecendo o significado desta palavra, conheço a draga, embarcação que limpa a água, de forma bem profunda.

E foi bem profunda. Porque, desta vez não estava a procura de nada, decidi não controlar, mas deixei invadir.

E a draga entrou, invadiu e tirou. 

Volto-me a agarrar a terra, desisto de ti mar, mas a culpa não é tua. É tão e somente minha.

Porque as acções são as pessoas que as tomam. E eu devia ter percebido que estava a chover. Mas não quis ver.