The language of Limbo
Sevdaliza, Jovem com dupla nacionalidade contrastante.
Vista, por mim, pela primeira vez em Portugal no final de 2017, num dos espaços culturais que acompanho na capital portuguesa, e que preenche qualquer espaço na avenida da Liberdade e arredores. E que me preenche, também uma parte.
Curiosamente, a primeira música com que me cruzei intitula-se Marylin Monroe, que fala de um amor sufocante, de uma posse exagerada, de uma materialização de uma relação em busca de um troféu. Confesso que foi mais a melodia, que propriamente a letra da música que me cativaram, talvez por remeter mais uma vez para as excentricidades que podem estar associadas, à vida partilhada com alguém com tamanha visibilidade como Marilyn.
Voltando, a Sevdaliza, fiquei curiosa, pelo espetáculo antagónico que me deu no S. Jorge, onde a sua representação de sensualidade contrastava com o seu dress-code, e a intensidade da sua voz conjugava com a intensidade do olhar e da música que transmitia.
Voltando a Sevdaliza, e talvez por toda a intensidade que me transmitiu, retribui na mesma intensidade, a minha curiosidade.
Uma curta metragem, com uma intensidade dramática gigante e bastante pesada, mas que me ajuda a perceber.
Uma curta, que poderá transmitir bastantes emoções, ter bastantes interpretações, onde o vermelho, o sangue coaduna com a paz e o branco, a revolta, com a tranquilidade, a solidão com a companhia.
Dos seus 2 EP's de 2015, surge um album em 2017, cheio de mensagem, quer política, pelas sua dupla nacionalidade, intensidade feminina, e bastante emocional, a meu ver.
A junção de cordas, com piano, com uma voz cuja dicção é inglesa, mas a melodia é arábica a meu ver.
Deliciem-se com Loves way, Marylin Monroe, toda e qualquer música do album ISON.
A musica de hoje, é the language of Limbo, onde um dos sete pecados mortais é relevado.
Desespero, pela constante repetição;
Força, pelo suspense no meio da melodia;
Desapego, pela longevidade a certa altura, no seu sussurro.
Intensidade, pela explosão final.
O limbo, para mim é o tão conhecido lusco fusco, o tal do cinzento, da não assertividade, da flutuação.
Acho que a sonoridade, juntamente com a escrita, me ensinaram a linguagem do Limbo.
Que nos encaminha, para o deserto de Shahmaran.