Sisudo
Hoje, li esta palavra. Associava a mesma a algo sério, preto e triste. Uma pessoa com feições negativas, vestida de preto, com um ar pesado, da vida, e talvez do dia.
Um ar pesado, cansado e saturado da constante destruição de sonhos que a vida, por cada oportunidade que nos dá, também nos oferece.
O Inverno é sisudo, triste e frio. Mas, a tristeza, também balanceia, a água, o vento e o frio acalmam, o fogo que a vida por vezes nos traz.
Por contraste, hoje o sisudo teve um rasgo de sol, calmo, envergonhado e com vários sabores.
Sabor a mar, sabor a maçã, sabor a bacalhau, cortados por um mirtilo áspero, mas doce.
O sabor a mar, pelo camarão, combinado com caril mais arábico, numa terra que proclama a existência de uma mesquita, mas que não é visivel.
Descobri mais um pequeno pedaço de onde me encontro, com cheiro a eucalipto, brisa e gota de água. Expus-me, a mais uma emoção.
O fresco do eucalipto, misturado com o sal do mar.
Abri um livro. Como de costume, passei o prefácio, para disfrutar de cada página, de cada palavra, de cada cor. E da textura da página. Que saudades que tenho de livros, e de os conseguir ler, até ao fim.
Mas, também nos livros, não sorrimos sempre.
Mas, também nos livros, a história começa e tem um fim.
Podem ser mais finos, podem ser mais grossos, mas o fim existe. E fica a criação na nossa imaginação, a concepção e a mensagem que se pretende transmitir. E por mais forte que seja, quando gostámos de um livro, retemos a mensagem que ele nos dá.
Fica, a mensagem, a textura, e a história.
E outra vez o azul apareceu, no mar, também ele revoltado.