Cinzento Frio.Vermelho Quente e doce
No meio de tanta simbologia, procuro entender para mim que, agora significa o Natal. Sim, para mim que tenho uma família incrível, que em parte é também minha. Forçam-me a ver que o Natal apenas é das crianças, e que os adultos não têm lugar nesta festividade. Não concordo. Todos gostamos de receber presentes, todos gostamos de ser mimados. E tiremos da nossa cabeça que é um ato de consumismo, fazendo com que não o seja. Guardemos também para esta altura do ano, darmos aquilo que achamos que vai ajudar aquele familiar, de alguma forma a passar o tempo, colocando critério. Sim, o tempo que, por vezes é tão escasso e corre de uma forma tão rápida, e outras vezes não sabemos de que forma prazerosa o ocupar, sem ser com aquilo a que estamos habituados. O Natal, esta quadra, este ano, foi para mim outra vez diferente. Casa dos pais mais preenchida, com música, gritos, gargalhadas, ressonadas. Quatro gerações diferentes: os bisavós, já cansados e nada identificados, quer no Natal, quer nos hábitos do dia a dia. Apenas o bacalhau, e as rabanadas lhes trazem boas memórias; os bisnetos, sorrisos, por vezes. Os Avós, aqueles que transmitiram todos os valores espírito familiar, que procuraram assimilar sempre boas recordações, continuam a fazer um esforço por manter a tradição. E não deixei que desistissem, de adoçar o Natal com aqueles pequenos detalhes, que fazem com que seja o nosso Natal. Os tios, sempre pre-ocupados e deliciados com a sua criancice ressuscitada pelas suas crias, gerindo as relações e procurando ter um momento de paz individual. Geração, ainda bastante ligada a tecnologia, mas a procurar ensinar o amor. E eu, solteira, alvo de todas as atenções, onde as pessoas procuram encontrar no meu olhar a resposta para o meu estado de espírito. Como não encontram, perguntam insistentemente. Sei que é um Natal em que, se não estivesse seria talvez igual. Fui uma presença inócua, pretendi estar nos momentos mais simples, ajudar nas tarefas que doem, não em ficar no sofá enamorada pela lareira. Mas sim, foi um Natal de sombra. E não tem problema. Das poucas intervenções que tive, procurei quebrar com a rotina de cada um, fomentar a relação de irmãos, recordar e saborear os momentos qie tivemos. Dos três dias passados, ora entrava na mesma sala e via um ambiente de paz e harmonia, ora um ambiente de loucura, com uma banda sonora de DOORS e brinquedos a voarem pelo ar, com luzes psicadélicas. Para mim, o Natal, este ano foram nove momentos bem guardados no escritório: O Pico de cóqueras, a Serra da Estrela salpicada de neve, o lago de Lockness, com borboletas na barriga, a Tower Bridge depois da Portobello Road, O templo de Diana, com os primos , Pompeia e o fascinio de Itália, por toda a história Romana, Copenhaga e a magia dos vikings, Futuroscope com a projecção do futuro tecnológico e Vale do Loire, a rota dos castelos. Para eles, o Natal, foi a estrela vermelha e azul, que foi perdendo luz, e o pai Natal com as renas, que passou, bem atrás de casa, nós vimos, com a luz mágica em seu redor, os guizos a cintilar e nos trouxe tantas prendas e tantos abraços. Obrigada Pai Natal.