Avante Camarada
Não sei que onda me invadiu, talvez a oportunidade de ter sentido este fim de semana que gosto mesmo de escrever e transmitir a vida que tenho, para que outros a possam testemunhar, mesmo que de uma forma distinta, digital e a preto e branco. Não sei que onda me invadiu, revoltada, de espuma branca, com grãos de areia misturados e que me está a dar força para me levantar, e seguir. O medo é o pior dos inimigos, que nos impede de viver. Tenho experiência da diversidade da vida, como forma de entretenimento e contemplação da mesma. Pessoas que achava que nunca ia conhecer, ambientes que achava que nunca ia frequentar, cultos vícios, fumos, sons. Senti-me enredada, num mundo tão global, do qual sou apologista mas que, em certa medida, me fez esquecer da diferença, que tem que ser preservada e mantida, para que a diversidade continue a existir a nossa volta. Habituada ao plástico e artificial, ao brilhante e perfeito, este ano já experimentei, o simples e belo. E é tão bom este contraste! Esta não perfeição humana, que tanto me assusta, é boa de ser assistida. Engraçado, que tenho desfrutado bastante desta contemplação social à qual me tenho sujeitado, onde pretendo não aceitar a crítica, mas não consigo viver sem ela. Acima de tudo, não consigo viver sem a minha opiniao nos eventos que me interferem. E antes, não era assim, parecia esponja que só absorvia, Agora sou esponja que só deita fora, porque ora não quer absorver mais, ora não gosta daquilo que tem que absorver, na bancada da vida. Que onda tão grande de revolta, suja de lixo e poeira abalou sobre mim hoje. Cansada de disfarçar, de ocultar, com vontade de descontrolar todas as emoções, sem medo de temer, de errar, de me perder, e voltar a encontrar. Vida, entra em mim novamente. Uma multidão, a pular e a dançar, acreditando na alegria da sua luta. Avante Camarada. Que mistura, de cruo com prosa. É o mesmo.