Simples.
Sempre vi o Algarve de Oeste como sendo agitado, desinteressado, muito massivo de turistas e pouco acolhedor na sua simplicidade, nas suas pequenas coisas, que também as tem. Temos é que vasculhar onde menos esperamos.
O azul do mar e o laranja de cada uma daquelas pequenas ilhas, a que chamamos rochas, onde a guardiã da praia, garante que a visita deste verão não vai comprometer muito a sua praia.
Este ano, mudei de perspectiva.
Cabanas, que sempre foi um porto de abrigo, e que sempre terá as suas memórias bem guardadas, com a evolução, tornou-se uma vila pescatória moderna.
Ir ao supermercado, já não significava tranquilidade e escolher com calma o que se leva a praia. Significava apenas não nos esbarrarmos com turistas, ou locais e ainda termos que responder em Inglês ao senhor da caixa, porque somos confunfidos, ou talvez padronizados com os restantes turistas.
A pele morena e a sobrancelha preta já nao distingue. Mas a minha cabana estará sempre ali. Perto da linha de comboio e com o cheiro da serra que está ali tão perto.
Mas, não sejamos fundamentalistas ao ponto de acreditar que a mudança, por uma mera distancia de km's é radical porque não o é.
Neste lado do Algarve, o apêlo ao turista está também presente com supermercados britânicos, shoppings, e promoções de cerveja na esplanada.
Neste lado do Algarve, o materialismo está também, bem presente, pelos carros, os barcos de vilamoura e pela multidão de pessoas a caminhar na Marina, sem eu por vezes entender bem qual é o propósito. Será, espero, simplesmente caminhar.
Os de fora, neste lado do Algarve trazem o estravazar de alegria pelo contraste de cultura.
Pelo sentimento de liberdade. Pelo sair da sua ilha, no norte da Europa.
Visitei, com a minha fiel companhia, o Sitio das Fontes.
O cérebro sempre associou Algarve a praia, e nada mais.
A péle sempre associou o Algarve a sal, bolas de berlim, e cabelo palha.
O ouvido sempre associou o Algarve a aguá com areia, e nao a água com água.
O corpo não assimilou uma pequena lagoa no Algarve. Sim é pequena, vos garanto, mas mergulhamos num Algarve intenso, de cheiro, calor e cor, onde apenas o som longinquo da auto estrada nos faz voltar por momentos à nossa realidade; agitada.
No Algarve, fui tomar em Estombar, num sitio cheio de fontes, frescura. Fontes de água amaciada pelas algas, e refrescada pelas pedras. Transparente.
O Jack, incorporou o seu instinto de caça, onde água, terra e sombra lhe trouxeram alegria e momentos de liberdade.
O Jack, faz-me entender e conhecer, porque eu também gosto de explorar e descobrir.
O Jack, todas as manhas está lá. Branco e castanho com olhar atento e a precisar de me ver. E eu a ele.
Bom descanso.