Musica. Sol. Perfeição?
Olá. Tantos foram os meses que passaram, para poder absorver um pouco o que é a vida. E o que é bom nela. Tinha ideia que era estática. Não, não é, só o é, se não existir interacção humana. Aí, sim, é somente aquilo a que nos proporcionamos. Sinto que já conquistei. Sinto que também perdi. Não sei qual dos dois lados da balança está neste momento a pesar mais. Aprendi a gostar de dormir, e a perceber como é bom. Aprendi a comer. Aprendi a não correr. Algo que até então não fazia. Não correr. Mas, estou a perder. Tenho estado a perder. Nunca pensei que o verbo ter, pudesse trazer tanto sentimento consigo. Nunca pensei que o sentimento de posse, o materialismo pesasse tanto e, por mais que nos esforcemos por negligenciar esse balanço emocional que também é promovido pelo mesmo, a dependência existe. As ruturas que promovi recentemente na minha vida, fizeram com que visse novas realidades, novas e diferentes formas de encarar a vida, que não estão erradas, são diferentes, com outros equilíbrios, com outras dinâmicas. Conquistei uma lareira, conquistei novas nacionalidades, conquistei e tenho-me vindo a reconquistar. A Reaprender quem sou. Para não mais me esquecer. A procurar não assumir o que é diferente como errado, porque não o é, só é diferente. Mas, mediante o enquadramento que temos, existem diferenças que, para não o serem, têm que ser também tratadas de igual forma, ou seja, como não sendo diferenças. Todos temos opinião, sempre válida, qualquer que seja o género. Todos podemos estar mais ou menos informados, mas todos temos uma experiência, que é válida para cada um de nós. Sim, o tempo que cá passamos faz com que, naturalmente, os mais novos possam ter menos experiências em quantidade e em diversidade. Mas não será bem assim: Existem pessoas do mundo, que vivem culturas bem diferentes de uma forma bem mais recorrente do que o cidadão comum. Existem pessoas do mundo que, pelas constantes rupturas a que estão sujeitos, vivem experiências diferentes. Saibamos que somos todos diferentes. Não nos esqueçamos dos laços que nos unem, Não nos esqueçamos que a consciência da solidão, estando só é por vezes difícil de combater. E ai sim, damos valor a cada uma das pessoas que temos na nossa vida. Por aquilo que representaram, mas também por aquilo que têm que continuar a representar. Tempos em que me ajustei àquilo que a vida me deu. Agora, está na altura de retribuir com aquilo que tenho, em busca de algo melhor. Livre, com música e sol, a perfeição é possível.