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Incompanhia

A companhia dos (in’s) INcerto INcoerente INconstante

Incompanhia

A companhia dos (in’s) INcerto INcoerente INconstante

Em busca da perfeição

25.02.17 | Delcy Reis

Sempre que tenho um acordar, procuro ter um objectivo, ter uma planificação do nosso dia a dia. E das maiores frustrações tenho é não conseguir completá-lo como planeei, porque simplesmente por vezes, não consigo e nem tenho tempo de me aperceber porquê. Hoje, foi um dia atípico, acordei sem o planeamento de o que deveria fazer, e tendo uma rotina tão simples, é um desafio sabermos com o que completar o nosso dia. O corpo tenso de uma semana de trabalho, bastante agitada, e o cérebro desorientado de tanta informação, decisão a tomar, sobre pressão e todos os olhares. Acordei, simplesmente sem saber o que fazer, com um monte de pelo castanho e branco atrás de mim com um objectivo claro: liberdade. Saímos os dois em busca do refúgio, o mar. Uma brisa húmida, e refrescante, que reaviva qualquer alma. A agitação nas pedras e o constante roubo que o mar faz na areia traz sempre algo de novo, que por vezes é o que nos faz falta, ter algo de novo. A sensação de liberdade, para mim e para o meu fiel companheiro que, mal avistou aquela imensidão de areia, foi descobrir o limite, traz um brilho no olhar e uma sensação estranha nos pulmões. Sim, talvez seja parecido com ansiedade. A ânsia que uma onda traga a solução, e que o horizonte mostre o por do sol. Acreditar que os sonhos se podem materializar. Esta semana, mais uma vez não aconteceram, e não têm vindo a acontecer, com calma, com rapidez, com e sem iniciativa, não estão simplesmente a acontecer. Não gosto de basear a minha vida no oculto, apesar de ter um gozo especial em apreciá-lo, seja mera coincidência ou não ( mas das boas), sempre que me disponho a apreciar o céu, a estrela cadente acompanha-me. Acho que o equilíbrio pode estar em apreciar o realismo, com a sua misticidade,? Mas não posso transpor esta conclusão como absoluta. Gotta keep digging.

Pink Floyd

19.02.17 | Delcy Reis

Mais um serão, bem acompanhada. Despertou curiosidade esta companhia, dei por mim a pensar: qual a origem deste nome? Para eles, os músicos que a criaram. Junção de Pink Anderson, um grande musico, de blues, inicio do século XX, e Floyd Council,do mesmo século mas 20 anos mais tarde. A inspiração e influência dos mesmos, não se sente, e francamente creio ter sido um feliz acaso onde a sonoridade e originalidade face a " The Tea set" fique mais presente. Para mim, a sua origem é tão diversa, e traz tantas emoções, de diferentes dimensões, e diferentes vivências. Fazem-me recordar as viagens para o Algarve, a ouvir o som a sair de cassetes, meio distorcido, e sem perceber bem uma Comfortably Numb, achando piada a uma Money ou Time, sem pensar que, na altura, para captarem todos aqueles sons, teriam que ser bastante criativos. Anos mais tarde, dediquei-me a perceber como gravaram as duas musicas que refiro, e efectivamente, passaram por experiências com cascalho ( para a Money), e no caso da Time, houve mesmo o trabalho de coleccionar uns quantos relógios. Imaginem nos dias de hoje, o valor que isto já não tem. Mas, já com 10 anos, a ouvir o mítico álbum Pulse, musicas como Learning to Fly, The Great Gig in the Sky, High Hopes faziam crescer borboletas no estômago. E passados 22 anos, continuam a trazer e despertar uma grande emoção, uma sensação de liberdade, uma adrenalina de viver que não se consegue quantificar. Voltar a percorrer a árida estrada nacional da serra que separa o resto do mundo, do tão desejado Algarve depois de quase um dia de viagem, e sentir a barreira que permite ganhar a consciencia que já estamos no Algarve; aquele cheiro de ervas secas que é só o cheiro do Algarve. Nunca tive a oportunidade de os ver ao vivo, mas de cada vez que o meu pai me descreve esse grande evento, sinto e vejo o que ele viu. A forma como o descreve, a emoção que transmite e que não dá para escrever, faz sonhar. Toda a junção dos diferentes sons, acompanhados por uma guitarra indescritível, levam-nos para outro mundo, também ajudam no sonho. Levam-nos para tantos momentos já vividos, Shine on you crazy diamond, promoveu, num mesmo espaço uma mesma emoção em perto de 200 pessoas, e não, não estou a falar de um concerto. Fazem-me reflectir sobre quem somos neste mundo, que somos um só, agimos apenas por nós próprios, em função de apenas a nossa alma, e que por vezes esbarramos noutras pessoas, sem percebermos mesmo o que querem de nós. Fazem-me ter vontade de aprender a voar, para eliminar o conceito de distância, para seguir em frente e conseguir resistir ao caminho padrão, e fazer a minha própria viagem. Qual a origem dos pink floyd? A origem foste e serás sempre tu,

Mudar, é bom?

11.02.17 | Delcy Reis

Hoje reflecti sobre a forma como vejo o mundo. E a mudança que se encontra a ser imprimida nele. Pertenço a um grupo social - imagino filas de processos de criação de grupos sociais com características bastante próximas; como se fossemos todos um recurso de gestão de alguém- que conhece e interage precocemente ( já considero precoce na minha geração) com a tecnologia, globalização, responsabilidade ambiental e social. Estes quatro quadrantes, de forma integrada foram coabitando, estando sempre e estrategicamente alinhados no que à contribuição perante o mundo respeita. O sentimento de ownership, para cada um deles seria partilhado, a responsabilidade do desequilibro gerado numa parte do globoo, por uma movimentação politica, económica, era rapidamente compensada por uma reacção global. Não vivo na ilusão que as grandes potencias não continuam a existir / assumam um papel com maior força, mesmo numa era global e de partilha. Mas, quero continuar a viver na ilusão que, as interligações, relações de complementaridade e de co-responsabilidade fortalecidas até aos dias de hoje, sejam capazes de enquadrar a nova situação politica que se prevê rumar após a América ser Trumpetizada. Será que consigo ter uma mente tão aberta, que não consiga ser crítica do novo fenómeno Trump- Marie? Confesso que fico assustada, fico assustada ao ver que a comunicação social tem o poder de transmitir imagens de um líder politico que acredita na tortura, acredita na expulsão de todos os imigrantes cuja proveniência seja islâmica suportando sempre uma opinião bastante extremada e por vezes, considero, pouco fundamentada. Francamente que, em parte entendo o que gera este sentimento, e acho que a liberalização excessiva, a perda de controlo de fluxos de migração de população, por vezes possa exigir medidas mais fortes, mas não a este ponto. Foi no olhar do meu sobrinho que vi o susto, hoje quando o vi sorrir.

Caixa de Recordações

06.02.17 | Delcy Reis

Fui-te buscar na caixa das recordações. Também para me encontrar, estavas lá bem guardado. A memória falha, dos momentos vividos, pelo que é bom saber que estás bem guardado. Reencontrei o teu bater, o teu sentido, aquilo que te orienta e que me dá uma linha para percorrer. Recordações de estar à janela, a respirar o vento do campo, limpo, puro e sentir-me viva. Reencontrar-te foi reencontrar-me. Foi tranquilizar-me, perceber e lembrar-me de quem eu sou, por dentro e por fora. Uma mulher. Uma mulher linda e radiante, cheia de atributos, cheia de vida! Voltei a explorar-te, a descobrir o que te compõe e alimenta: o mundo, e toda a sua diversidade que ainda não descobri, o vento, o mar e o sol para me acariciarem a pele. Foi reconfortante sentir que ainda aí estás, que ainda brilhas e sonhas. Os reencontros permitem consolidar fases na nossa vida, fechar portas e aprender com as várias portas que fechamos. O papel e uma caneta, permitem-me voltar a encontrar-me com tamanha frequência que é incrível, balanceando a vida, consolidando cada passo, cada emoção. A tinta preta, e a folha branca, o início de qualquer reencontro.